6 de junho de 2025

Adultos

 

Editora Bertrand

Eu adoro os livros da Marian Keyes - mas esse realmente deixou bastante a desejar... Não simpatizei com nenhum personagem, e o livro foi se arrastando por semanas até eu finalmente encarar as últimas 2 horas que faltavam (num total de 600 páginas)

Os temas sérios da vez são bulimia, gestão de negócios, imigração na Europa, pobreza menstrual e fidelidade conjugal. E sim, muitos temas sérios e muitos personagens, e a parte do humor foi muito pouca. 

E, para coroar, aparece um brasileiro filho de banqueiros chamado Tristão!


3 de junho de 2025

O Grande Mentecapto

 

Editora Record

Mentecapto é definitivamente uma palavra que não se usa mais, assim como todo o mundo d'O Grande Mentecapto de Fernando Sabino. Publicado em 1979, temos um louco "de carteirinha" passeando pelo estado de Minas Gerais numa viagem nonsense digna de D. Quixote. 

O livro tem aquele humor pastelão, inocente e violento, que é engraçado, mas me deu um nervoso também (tadinho do Geraldo Viramundo!)

Certamente faria sucesso com adolescentes, e boas discussões sobre humor, bullying, respeito e preconceito.





Caderno de Ossos

 

Editora Companhia das Letras


O livro de Julia Codo, Caderno de Ossos, pode ser sobre a ditadura no Brasil, sobre a busca dos desaparecidos da ditadura, sobre o fim de um casamento, sobre crises de família, sobre envelhecimento, sobre luto, mas é muito sobre memória e lembrança. 

O que sobra de alguém?

Seus ossos, seus registros num caderno, suas fotos, suas histórias contadas por outras pessoas. 

O que vai sobrar de nós?

Nessa narrativa reflexiva, acompanhamos um presente muito recente e um passado muito doloroso, tudo muito realista - parece mas não é auto ficção - sem cair em clichês ou pieguice, sem ser muito violento ou cru, mas deixando aquele desconforto de temas difíceis.

Literatura brasileira contemporânea de qualidade.

Agradeço a editora pela cópia pré-lançamento.

31 de maio de 2025

Um rio preso nas mãos

 

Editora Kapulana

"Um rio preso nas mãos" é um título claramente poético, e o livro todo é assim - tanto que estranhei muito a classificação de "crônicas" para os textos reunidos. Ana Paula Tavares é de Angola, então o nosso idioma é o mesmo, português, mas o vocabulário é bem diferente (e o glossário no final não está indexado ao longo do texto), e tanto na cultura é diferente, que ficou difícil acompanhar.



28 de maio de 2025

Toda mulher trabalha

 

Editora Fiel

Em algumas esferas cristãs, há todo um debate entre mulher que trabalha e mulher que não trabalha, ou que se dedica a família em tempo integral, mas Naná Castillo e Cláudia Iotti trazem "Sabedoria aplicada aos dilemas modernos", que é o subtítulo da declaração de verdade que é: "Toda mulher trabalha".

Toda mulher trabalha, hoje ou antigamente, e o que importa é se esse trabalho é feito em obediência a Deus, para servir a Ele e a outras pessoas. Essa é a tese principal do livro, e com certeza o capítulo em que isso é discutido é o melhor, até porque os princípios apresentados ali são aplicáveis para bastante coisa na nossa vida, não só a decisão de trabalhar ou não.

Depois de ler tanto sobre esse assunto (com viés cristão ou não), eu fico imaginando que realmente espantoso seria um livro como "Todo homem se dedica a família", "Todo homem cuida", "Todo homem é um ser humano integral e funcional". 



21 de maio de 2025

Apologética da Mamãe Ursa

 

Editora Pilgrim

Este livro é um conjunto de textos escritos por amigas (voluntárias?) do ministério Apologética da Mamãe Ursa, nos Estados Unidos, a respeito de movimentos ou ideologias que atacam a fé cristã.

Eu até achei o título interessante "Empoderando seus filhos para enfrentarem as mentiras da nossa cultura", mas a premissa principal da obra é que as ideologias podem fazer os filhos perderem a fé, saírem da igreja ou perderem a salvação. Aí que isso vai totalmente de encontro com a minha doutrina reformada, ou seja, a salvação vem pela graça, e é dom de Deus, não há nada que possamos fazer - como mães, como filhos, estudando, deixando de estudar - para receber a salvação. 

Então é para jogar o livro fora? 

Ainda não - porque eu realmente o li inteiro.

A ideia é boa: reconhecer que há nas ideologias não cristãs pontos válidos e pertinentes para a nossa vida (o que chamamos de graça comum), mas entender também o que não é condizente com a nossa fé. Mas as autoras fazem isso de uma maneira meio zombeteira e superficial,  para não tornar o livro muito denso (afinal as mães são muito ocupadas para estudar algo, ao que parece). Então eu fiquei bem incomodada com o tom do livro também.

Não gostei do tom, não gostei da premissa, mas, logo no final, a parte do feminismo me surpreendeu, então deu para perceber que essa história de várias pessoas escreverem o mesmo livro o deixa realmente heterogêneo demais. 



18 de maio de 2025

Uma Livraria com Aroma de Canela

 

Editora Intrínseca


Laurie Gilmore entrega um livro de romance de entretenimento romântico padrão - todo mundo lindo, problemas bem encaminhados para soluções, dificuldades de comunicação que tornam a paixão mais forte.

Promete uma "grande aventura", mas não entrega: é só um passeio de barco e enfrentar um pequeno trauma (medo de altura), sem maiores consequências.

Tem essa capa com vibe de outono - que, pelo que eu entendi do Goodreads, é quase um sub-gênero - mas a história se passa no verão de algum lugar meio frio - com mosquitos. 

Para passar o tempo.