29 de julho de 2020

Feminilidade Radical

 

Editora Fiel

Eu tenho ouvido falar tanto do livro "Feminilidade Radical", que me parecia algo novo - e aí que eu fui reparar que ele é de 2008, ou seja, não exatamente recente. 

A autora Carolyn McCulley deixa bem claro que tem um passado de feminista e questionamento da situação feminina no mundo atual, mas, depois de convertida a fé cristã, teve uma mudança de postura radical, e esse livro é sua argumentação para sua posição.

No início, ela traça um panorama histórico do feminismo, apontando a participação de cristãs - reivindicando o seu valor na sociedade norte-americana, e as campanhas pelo voto feminino. Eu acredito que esse é o maior valor do livro, conhecer um pouco mais da história, e mais informações sobre o contexto norte-americano (já que muito do que é apresentado ali só chegou como rebarba e impacto secundário aqui no Brasil).

Eu fiquei com a impressão também que parte das fontes históricas que ela usa são casos isolados, como se fossem tiradas conclusões de fatos ou manifestações pontuais sem necessariamente verificar se foram abrangentes como aparentam.

Ela reforça a importância da Bíblia e da fé cristã para sua vida prática, mas depois de tanto criticar o outro lado, tem pouco espaço para afirmações positivas ou algo concreto que signifique a tal fé feminina ou a feminilidade radical.

Eu realmente sinto falta de livros que falem com a nossa realidade aqui no Brasil, de mulher e cristã, e esse não é um dos livros que suprem essa carência.


23 de julho de 2020

Lendo de Cabeça para Baixo

 

Editora Rocco

A capa desse livro de Jo Platt, Lendo de Cabeça para Baixo, tão bonitinha, tem alguns elementos importantes dessa história: um gosto por livros e chá, a participação especial de um porquinho da índia, uma cerca e o vizinho do outro lado.

A frase do título é mencionada na história, mas, realmente talvez funcione melhor em inglês.

Há romance, drama, comédia, reviravoltas e o final feliz tão esperado - um chick lit razoável, leve para essa época de pandemia.


15 de julho de 2020

Little Fires Everywhere

 

Editora Penguin Books

Eu já li outro livro da Celeste Ng (Tudo o que eu nunca contei) e ler "Pequenos incêndios por toda parte" só me faz estabelecer a minha admiração dessa autora como contadora de histórias sensíveis e de relacionamentos intrincados, tudo que eu gosto num bom livro de romance.

Temos aqui uma pequena cidade de classe média, pais que trabalham, filhos adolescentes, e a entrada de uma "estrangeira", uma mulher que não só vem de fora mas representa escolhas totalmente diferentes da maior parte das pessoas ali. É de se pensar e repensar a própria vida com certeza.

Há um discussão boa sobre adoção também, muito mais complexa do que já imaginamos.

Eu não assisti a série ainda, mas estou curiosa porque sei que a Reese Whiterspoon produz séries ótimas de personagens femininos incríveis - a melhor dica é seguir o seu clube de leitura, porque ela faz indicações muito boas (que depois ela acaba produzindo, olhe só!).

5 de julho de 2020

15 Contos Escolhidos de Katherine Mansfield

 

Editora Record

No prólogo, Katherine Mansfield é nos apresentada como uma autora neozelandesa do começo do século XX que escreveu muitos contos e, muitos anos depois e meio mundo de distância, foi lida por Clarice Lispector, que se encantou com sua obra ainda em pé numa livraria.

Nesse livro, encontramos os "15 contos escolhidos de Katherine Mansfield", pela Editora Record, e embora sejam boas histórias - dá para perceber como Clarice Lispector levantou a mesma proposta a outro patamar. Então, embora cronologicamente anterior, para a gente que é brasileiro e conhece a Clarice de perto de longe de todo lugar, não se encanta da mesma forma...

Mas é sempre interessante ver histórias humanas, pequenos relatos sobre a vida no interior da Nova Zelândia ou em Paris, de gente nova ou gente idosa, de pobre e de rico.