30 de maio de 2020

A Estranha Madame Mizu

Editora Companhia das Letrinhas - Capa Silvia Ribeiro

A minha filha de 7 anos trouxe "A Estranha Madame Mizu" da biblioteca da escola, e cá estamos a quarentena toda com essa obra de Thierry Lenain que eu nunca tinha ouvido falar.

Nele, a garota Zoé passa muito tempo sozinha em seu apartamento, e preenche de imaginação e criatividade a vida, principalmente conjecturando sobre a vizinha do andar de cima, a Madame Mizu, que deve ser uma bruxa, de acordo com vários indícios da cabeça dela. 

O que eu mais gostei desse livro é a que o narrador, a princípio onisciente, entra na história quando algum personagem fala com ele ("ei você que está escrevendo a história"), e emite opiniões sobre se deve ou não participar de algum acontecimento. Eu sempre gostei desse tipo de narrador, e ainda mais num livro de criança.

Se você quiser saber o que a Anna achou desse livro, pode ver aqui.

Caminhando com Deus em meio à Dor e ao Sofrimento

Editora Vida Nova

Falar de sofrimento e de Deus nunca é fácil. Quando se menciona um Deus bom e justo, então... parece quase impossível. Mas o incrível Timothy Keller atende ao desafio e supera as expectativas com o livro "Caminhando com Deus em meio à dor e ao sofrimento".

É um pouco dolorido ler esse livro se você estava passando pelo sofrimento (como eu) (aliás, eu fugi dele por um tempo), mas ele atende a várias perspectivas: tem uma apresentação teórica teológica, muita base bíblica (comparando até com outras explicações para o sofrimento humano), e depois fala na prática - se você está passando por isso, ou se precisa suportar alguém passando pela dor.

Ninguém passa pelo sofrimento da mesma forma, e o que funciona com uma pessoa pode não funcionar com outra, mas ele ressalta a importância de conhecermos os planos de Deus por meio da Bíblia, para que o consolo divino faça sentido em nossas vidas quando precisarmos.

23 de maio de 2020

Diário de Pilar na Grécia


Editora Pequena Zahar - Projeto Gráfico Joana Penna

Eu sempre achei que, quando as minhas filhas começassem a ler livros interessantes sozinhas, eu iria conseguir lê-los também, compartilhando com elas esse novo mundo da literatura infantil, agora de um olhar adulto. Mas eis que a Anna chega nessa fase e a quarentena traz todo mundo para dentro de casa (inclusive o trabalho), e ela começa a consumir livros com uma velocidade impressionante, que não dá para acompanhar (a menos que eu abra mão dos livros de adulta que eu estou lendo). 

Assim, comecei a colocar os livros dela na minha lista, para ir acompanhando mesmo, e o primeiro foi esse: Diário de Pilar na Grécia, que ela ganhou da avó Rita de aniversário. Eu li em pouco mais de uma hora, de uma sentada só. 

A Pilar tem 10 anos, é filha única, mora com a mãe e o avô, e tem um amigo chamado Breno. O pai foi viajar um dia e não voltou mais. Um certo dia, ela deita numa rede mágica amarela e é transportada para a Grécia, para onde ela queria ir procurar o avô que tinha viajado  alguns dias antes. 

O livro é uma verdadeira aventura, em que Pilar faz amizade com um avô e uma neta gregos e também conhece seres mitológicos. O livro tem notas sobre mitologia e história, além de ser muito bem ilustrado, o que torna o livro educativo sem ser chato, sensível sem ser meloso.

Toda a série foca em viagens com atenção para assuntos relacionados a mitologia e religião, em lugares como Amazônia, China, Egito - todos esses 4 já lidos pela Anna, em poucos dias cada um (ela tem 7 anos e está no 2o ano).

Nessa jornada pela literatura, acabei levando-a também para o mundo dos blogs, então você pode ver a opinião dela sobre esse e outros livros em Leituras da Anna.

19 de maio de 2020

Lost in Translation


Editora Livros da Raposa Vermelha

Um livro lindo. Em "Lost In Translation" (Perdido na Tradução), são apresentados termos de diferentes idiomas (português, japonês e até línguas tribais mais desconhecidas) que a autora Ella Frances Sanders foi reunindo ao longo do tempo.

Uma ilustração linda e uma explicação para a palavra, que pode não ter tradução exata em nosso idioma, mas faz sentido dentro dessa comunidade que chamamos de humanidade. 

Um livro que eu fui lendo aos poucos, para durar mais, ser um deleite, e tenho para ser visitado sempre que quiser.

16 de maio de 2020

Did you see Melody?

Editora Hodder & Stoughton

Sophie Hannah foi escolhida pela família de Agatha Christie para continuar a escrever histórias sobre Hercule Poirot, o que eu considero um grande mérito que fala por si mesmo. Assim, estava curiosíssima para ler algum livro dela, e comecei por esse, Did you see Melody? (Você viu Melody? - ainda sem tradução no Brasil, Keep her safe - nos Estados Unidos).

É uma daquelas histórias que estão fazendo sucesso agora, em que o personagem principal não é confiável (Cara Burrows) que parece ter visto uma criança que foi assassinada pelos pais há alguns anos (a Melody, cujo corpo nunca foi encontrado). É uma trama cheia de problemas familiares, com exploração da cultura judicial em programas de televisão nos Estados Unidos, além do desdobramento do crime em si (não há dúvida que a personagem realmente viu a Melody, só como vai se desenrolar a história de um assassinato que não ocorreu).

Não achei nada assim genial, embora muito interessante, principalmente a personagem Tarin Fry, uma florista que se mete a investigadora, e é uma ótima leitora de pessoas, como uma atitude positiva em relação a vida em geral. Virei fã, e adoraria que ela, coincidentemente, aparecesse em outros lugares onde ocorrem crimes, tipo uma Miss Marple moderna.

14 de maio de 2020

Os 4 temperamentos na educação dos filhos

Editora Kirion - Capa Gabriela Haeitmann

Italo Marsili é um psiquiatra que, recentemente, tornou-se celebridade de instagram, com mensagens de encorajamento e comportamentais. Um coach? Um consultor? Um terapeuta? Pode ser tudo isso, e, se você já o ouviu falar, sabe também que adora uma polêmica.

Nesse livro: Os 4 temperamentos na educação dos filhos, não há polêmica, não há política, só realmente uma apresentação sobre os temperamentos e aplicações práticas na educação dos filhos (nisso ele está fazendo PhD: já são 6). No final do livro, ele também menciona a sua teoria das camadas (eu já o tinha ouvido muito falar sobre isso, mas nunca tinha visto um estruturação formal). 

Depois que eu acabei de ler esse livro, vi uma resenha que diz que é a transcrição de um curso, então justifica um pouco o formato de algumas partes da obra, em que alguns temperamentos recebem mais detalhes que os outros, e que a linha de raciocínio não é a mesma para todos - característico de uma fala oral. 

Como eu já disse, o final do livro fala sobre personalidade e a teoria das camadas, e o começo do livro apresenta uma filosofia sobre os temperamentos, e ambas eu não achei tão interessantes. No entanto, o "miolo", a parte em que são apresentados os temperamentos e as implicações práticas, são realmente muito boas. Consegui ver as minhas filhas em alguns perfis, e entender melhor como lidar com cada uma delas - algo que eu já intuía e ele confirmou, ou então dicas muito boas. 

Há considerações específicas sobre as interações, por exemplo, pais de um temperamento e filhos de outro, como deve ser o caso geralmente. Gosto também da abordagem dele sobre educação que envolve a formação do caráter, de um ser humano responsável e livre. Não é disciplina autoritária, nem educação livre, me parece um meio do caminho que sempre me interessou.

Ele também apresenta alguns pontos sobre espiritualidade, e, embora não defenda nenhuma religião, ele é católico e é possível ver esse viés nos exemplos dados, mesmo sem atrapalhar o texto para aqueles que professam outros pontos.

Assim, eu recomendo o livro, reforçando essa diferença entre autor e obra, que nem sempre pode ser feita (em termos de polêmica), mas aqui realmente independe.

11 de maio de 2020

Bufo & Spallanzani

Editora Nova Fronteira - Capa Leandro B. Liporage e Cássio Loredano

Prezados leitores desse blog, segue pequena dica fúnebre: se um autor morrer, alguns dias depois, alguns livros deles, no formato ebook na Amazon, ficam em promoção. (Às vezes tem promoções para autores que ganham prêmios também, numa nota mais alegre). Foi assim que eu comprei Bufo & Spallanzani, de Rubem Fonseca, que faleceu no último dia 15 de abril. Um grande autor de contos e romances contemporâneos, vale sempre a pena ser lido. (Coincidentemente, terminei de lê-lo no dia em que ele faria 95 anos. Uma vida bem vivida!)

Eu gostei muito dessa obra, cujo personagem principal é um escritor falando sobre um caso policial no qual foi envolvido e também sobre o processo de escrita. É muito bom ir descobrindo aos poucos mais sobre a trama, e ainda ter uma surpresa no final. Recomendo!