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Editora Nós |
O livro "O peso do pássaro morto", de Aline Bei acompanha o fluxo de pensamento da personagem principal em várias idades (essas da capa). No primeiro trecho, ocorre o evento marcante da sua vida, aos 8 anos, e, de certa forma, carrega-se esse peso por todos os outros eventos, embora ocorram outras coisas difíceis também. (E estou sendo vaga porque a forma como se desenrola os eventos é bem interessante, então dar spoilers sobre esse evento estraga de certa forma a construção do texto).
Um ponto a se notar é a abordagem da maternidade, sem aquela aura de santidade que é carregada pela vida e pela arte. Pode parecer grosseiro e dolorido, mas eu acho válido ter retratos diferentes desse mesmo fenômeno.
Por fim, como se trata de fluxo de pensamento, principalmente quando ela tem 8 anos, não me parece muito natural, parece que se busca uma profundidade e uma ingenuidade, ou uma simplicidade, que não combinam entre si. O livro é curto, e a história é original, mas realmente não é um livro que eu possa dizer que gostei muito.