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É impossível não ficar emocionada e impressionada com o começo da história de Maya Angelou, "I know why the caged bird sings" ou "Eu sei porque o pássaro canta na gaiola". Ela vai crescer para se tornar uma artista conceituada, famosa, admirada, mas logo no início dá para ver que é uma garota muito inteligente e muito forte, sem pretensão e sem vitimismo. A narrativa da sua infância é feita de uma maneira distanciada, que nos favorece o assombro por tudo que ela viveu, e cria o amor por essa garotinha.
Eu não quero dar spoilers que você pode encontrar em seu verbete da wikipedia, mas comentar como eu fiquei impressionada de reparar os livros que ela lia. Ainda antes dos dez anos, por exemplo, Um conto de duas cidades (que eu amo!), e muitos outros livros clássicos. Ela e seu irmão eram leitores vorazes, e liam o que estava disponível na escola / na comunidade em que viviam, clássicos. Acredito que a literatura infantil só estivesse começando - e o que existia não deveria estar disponível.
Fiquei imaginando se fazemos certo em postergar tantos clássicos para a vida adulta - se é preciso maturidade para entendê-los e admirá-los, ou se a exposição precoce ajuda na construção da maturidade.
Eu mesma comecei a ler os clássicos na adolescência (em toda época, eles são os mais abundantes em bibliotecas públicas), mas hoje acho que era muito jovem para alguns deles. Talvez o que seja necessário não é idade, mas algum direcionamento. Se o livro é realmente um clássico (como esse já é!), ele tem o seu valor.
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