31 de maio de 2018

A Guerra não tem Rosto de Mulher

Editora Companhia das Letras - Capa Daniel Trench

Svetlana Aleksiévitch ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 2015, e comentaram que sua escrita era documental, baseada em relatos de depoimentos relacionados a sobreviventes da II Guerra Mundial e Tchernobyl. Fiquei curiosa, é claro, e esse ano chegou a hora de me surpreender.

"A guerra não tem rosto de mulher" é incrível, supreendente, um lado da humanidade - um lado da guerra - que a gente não imagina, não consegueria imaginar se não fosse contado para a gente. Incrível que tem tantos filmes e livros sobre guerra, e como essa visão feminina não tenha aparecido antes. Sabemos da Joana D´Arc, claro, mas e todas as mulheres que resolveram pegar em armas? As espiãs? As com funções administrativas? As enfermeiras? As mulheres que lavavam roupas... existiam lavadeiras na guerra, e eu nunca tinha pensado nisso.

Esse livro reforça a minha ideia de que homens e mulheres são diferentes sim. Mesmo nas mesmas funções, no mesmo lugar, no mesmo evento - são diferentes. E isso não é ruim.

No livro, a autora tanto descreve o que ela ouviu das mulheres que entrevistou, assim como também a sua jornada de busca por depoimentos, e como foi filtrar / escolher o que entraria no livro e até com que ela queria falar, já que era muitas mulheres mesmo que a começaram a procurar quando descobriram o trabalho que ela estava fazendo.

Realmente, digna de ganhar um prêmio nobel e, seu livro, digno de ser lido por todo mundo que quer conhecer o que é humanidade.

21 de maio de 2018

O Gato diz Adeus

Editora Companhia das Letras - Capa warrakloureiro
O Michel Laub tem um estilo peculiar de contar histórias, fazendo com que a forma seja tão importante quanto a história em si. Em "O Gato diz Adeus", um dos seus primeiros livros, já vemos o nascimento desse estilo, através de uma narrativa por 3 personagens, em que um deles vai tendo sua própria história revelada a medida em que escreve.

É um livro curto, para ler de uma sentada só, bem curioso - assim como o título que não entrega nada.


18 de maio de 2018

Os Pilares da Terra

Editora Arqueiro - Capa Ana Paula Daudt Brandão

Logo na introdução, o autor Ken Follett fala sobre sua saga de escrever um livro sobre a construção de uma igreja na época medieval - como nasceu seu interessa, sua pesquisa, os vários anos detalhando a história - e depois como foi difícil publica-lo, e como o sucesso veio organicamente, através do boca a boca e influenciadores especiais, como a Oprah, que divulgou o livro em seu clube de leitura. Hoje, já existe até uma minissérie sobre ele.

"Os Pilares da Terra" é um mega tijolo - mais de 800 páginas - numa história que cobre várias décadas. Há personagens cativantes, mulheres fortes e empreendedoras (o que eu não sei dizer se é projeção da nossa modernidade ou algo real), mas muito muito sofrimento como só uma civilização na base do salve-se como puder pode oferecer a você.

Eu desanimei um pouco no começo do livro porque eu imaginava as centenas de páginas que faltavam (no livro digital não são fisicamente tangíveis) e pensava: nossa, como eles ainda vão sofrer!... Mas perseverei, e cheguei no bom final.

Esse livro é anterior ao Mundo sem Fim, que também foi escrito depois. Eu achei Pilares da Terra muito interessante, mas eu gostei mais do Mundo sem Fim, achei mais elaborado, talvez, mais tramas principais que evitam que tudo de mal e de bem aconteçam com os mesmos mocinhos das história. No entanto, ambos valem muito a leitura pelo panorama incrível da Idade Média que trazem e nós desconhecemos em sua maioria.