26 de outubro de 2017

Gone with the wind

Editora Prabhat Books

Eu lembro de pedir para a minha mãe para assistir E o vento levou na TV, numa sessão noturna de filme da globo, de tão impressionada que eu fiquei com a propaganda. No entanto, não lembro de muita coisa do filme em si - então ler o livro agora, quase 20 anos depois, foi uma experiência totalmente nova.

É um romance daqueles, escrito por Margaret Mitchell, num contexto histórico incrível que é a guerra da Secessão nos Estados Unidos (quando o Norte brigou com o Sul por conta dos escravos).

Scarlett O'Hara é a mocinha não convencional, sem papas na língua e pronta para fazer inimizades. Rhett Butler também é um galã não convencional, pronto para chocar a sociedade conservadora e se dar bem no processo (mas ouso dizer que ele ainda sim consegue ser mais ético e moral que a Scarlett).

É uma história de amor, e também de sobrevivência e prioridades na vida. É um mundo completamente diferente do nosso - e também não muito. Eu gostei de ver um livro "feminista" de quase 100 anos (não exatamente com relação a Scarlett em toda sua trajetória, mas em partes dela).

Eu realmente gostei de ter lido esse livro, e poder ver como as pessoas da época do livro (1936) viam essa época da história americana - não dá muito para afirmar que era tudo daquele jeito mesmo. E vê-se como o livro tem apelo, o filme foi lançado apenas 3 anos depois! 


23 de outubro de 2017

On the Road

Editora L&PM Pocket - Capa Marcello Lima

"É um clássico", eles disseram. "Marcou uma geração", eles disseram. "O filme é bom", eles disseram. (Está na lista da BBC, eu disse).

Aí eu fui ler "On the Road", ou Pé na Estrada, de Jack Kerouac. Eu li tudo. Até o final. Cada alucinação. Cada loucura. Só para escrever que eu não gostei, não é o meu tipo de livro.

Contado em primeira pessoa, um cara que quer ser escritor viaja pelo interior dos Estados Unidos com os amigos, de um lado para o outro, com pouco dinheiro, mudando de garotas, se aproveitando da solidariedade alheia. Bebendo e se drogando e criando filosofias muito loucas. Fazendo filho por aí (estamos falando do começo da década de 50), sem se importar muito com isso. Amando muito, amando desesperadamente, amando loucamente cada mulher, sem saber o que  é amor mesmo.

Sim, sou careta.

Não vi o filme, mas já aviso você que pelo que eu fiquei sabendo ele é um resumo polido do livro. São várias viagens da costa oeste para a costa leste. Ida e volta. Vários carros diferentes. Vários romances diferentes ( começa com uma, surge outra, volta para uma, aí vem uma terceira, volta para a segunda, lembra da primeira, aí aparece a quinta e por aí vai...)

Eu realmente não curti - e acho que se você gostou do filme, fica com ele mesmo. 



20 de outubro de 2017

A música do silêncio

Editora Arqueiro - Capa Miriam Lerner

Patrick Rothfuss criou uma trilogia, mas só escreveu dois livros. E não há nenhuma perspectiva de fazerem uma série sobre seus livros, o que nos deixa em suspenso indefinidamente sobre quando saberemos o desfecho da história. (Ele tem um blog. Ele escreve muito nesse blog. Ele não fala sobre o 3o livro. Há boatos que ele só vai publicar o 3o livro quando vender os direitos para a indústria cinematográfica. E os leitores? Paciência. Assim, eu não gosto dele e me arrependi um pouco de ter começado a ler seus livros - o primeiro é mais ou menos, o segundo é melhorzinho).

De qualquer forma, ele publicou esse spin off sobre uma de suas personagens mais enigmáticas, Auri, que vive no subterrâneo da universidade. Na descrição do livro, ele diz que essa não é uma história tradicional, que é para quem gosta de mistério e segredo. De qualquer forma, o título original porcamente traduzido para "A música do silêncio" diz mais sobre o livro do que se pode achar num primeiro momento. O título é algo como "O lento conhecimento das coisas silenciosas" (The slow regard of silent things), ou seja, o livro é lento e cheio de adjetivos.

O texto é curto, pouco mais de 100 páginas, mas é basicamente muito descritivo - todas as coisas - TODAS AS COISAS - são personificadas, e a personagem Auri as ouve, as compreende, as nomeia, fala com elas. Ela passa por uma escada, e a considera x e y, e fica procurando o seu nome. Ou ela vê um objeto e percebe que ele não está feliz ali e vai encontrar uma prateleira com companhia que lhe seja agradável. 

Aí você pode considerar a beleza e poesia disso - não só da história, como da própria personagem - ou você pode considerar tudo uma loucura. O autor reconhece isso e avisa o leitor na descrição, tudo muito coerente.

Eu?

Só gostaria que ele publicasse o terceiro livro. É pedir muito?

16 de outubro de 2017

O chamado do anjo

Editora Verus - Capa André S. Tavares da Silva

O começo de "O Chamado do Anjo" é meio besta: duas pessoas completamente diferentes (um homem e uma mulher) trombam no aeroporto de Nova York, deixam cair algumas coisas, e acabam trocando de celular. Elas só percebem que fizeram essa troca quando chegam em seus destinos: Paris e São Francisco. Aí começam a fuçar nos celulares - porque obviamente não há senha, nem bloqueio de tipo algum e ficam curiosos a respeito do outro - talvez uma atração incipiente e começam a trocar mensagens e ligações.

Eu achei super hiper mega blaster forçado esse início, mas é claro que tem mais coisa relacionando os dois personagens - que cruzaram ali por uma forcinha a mais do destino - e aí a trama muda para um suspense eletrizante com crimes, quadrilhas, assassinatos e perseguições - tudo o que franceses gostam (histórias policiais).

Resumindo, é forçado e violento - não tenho muita vontade de ler outras coisas do mesmo autor, Guillaume Musso, mas para quem gosta da temática, pode aproveitar: está no unlimited do kindle.

15 de outubro de 2017

Holes

Editora Yearling Books - Capa Brandon Dorman

"Holes" é um livro de Louis Sachar que virou o filme "O mistério dos escavadores" (embora o título do livro traduzido tenha se mantido "Buracos"). Como usual, eu não assisti o filme da Disney, mas gostei do livro. É uma história simples e bem amarrada de um garoto, cujo antepassado precisou de ajuda de uma cigana e não cumpriu sua parte no acordo, então foi perseguido por uma má sorte que passou de geração em geração. Aliás, é por isso que ele foi detido por um roubo que não cometeu e enviado para um "acampamento" ou "reformatório" com outros garotos cuja única função é fazer buracos num deserto o dia todo.

A história tem muitos flashbacks, para ir amarrando as tramas do que está acontecendo "agora" e o que aconteceu no passado dos personagens, e eu realmente gostei de como isso deixa tudo mais interessante, a ponto de irmos apostando o que vai acontecer em seguida, qual outro arco irá ser fechado entre passado e presente. Não é nada muito complexo também, nada de tramas intricadas, é um livro infanto-juvenil que estava na lista dos livros preferidos da enquete da BBC e por isso parou na minha lista de leitura e valeu a pena.

Atenção: no kindle unlimited há a versão do roteiro - rimado, inclusive - mas o livro original é em prosa.

8 de outubro de 2017

The Birthday Girls

Editora Poolbeg Press
"The Birthday Girls" (não encontrei edição traduzida) é um livro sobre 4 amigas de infância na Irlanda que chegaram aos 39 anos e se reúnem em Miami para comemorar o que é o último aniversário de todas (já que uma delas se recusa a fazer 40 anos, então vai passar a ignorar a data no próximo ano). Depois da infância, elas passaram por histórias bem diferentes - a que engravidou e casou cedo e já tem filhos adultos, a que virou atriz, casou e descasou várias vezes e está passando por uma crise com vício em álcool e remédios, a workaholic sem relacionamentos, e a artista que passou por uma tragédia e está num relacionamento estável pensando em casar.

O livro é bem simples - dá para ir adivinhando o que vai acontecer - mas o que eu achei curioso é que a autora Pauline Lawless às vezes apresenta as personagens como muito velhas, que não conseguem lidar com novas tecnologias ("melhor dar um computador para a fulana, ela não vai conseguir usar um tablet") e às vezes como jovens com corpo sexy (todas possuem corpos esculturais, umas mais outras menos, mas ninguém sofre com peso acima do normal), prontas para aventuras amorosas com desconhecidos. É claro que um livro desses - fácil - não pode dar muita profundidade para os personagens, mas eu sinto que houve exageros demais que o deixa artificial.

De qualquer maneira, foi curioso ler um "chick lit" com mulheres mais velhas.






3 de outubro de 2017

Harry Potter - The complete collection

Editora Pottermore - Capa Olly Moss

Olha o Harry Potter aqui novamente! Reli todos os livros, pela primeira vez em inglês, na versão digital. Continuam tão bons como aquelas memórias afetivas de bolo feito pela mamãe no lanche da tarde.

1 de outubro de 2017

A lista de Brett

Editora Verus - Capa Arrow Books

A lista de Brett: livrinho fácil de ler, com aquele final feliz encomendado, com empoderamento feminino e príncipe encantado. Nessa história, a mãe de Brett, que criou um império de cosméticos, falece e ao invés de promovê-la a presidente, deixa no seu testamento uma lista de sonhos a realizar (que a própria filha escreveu aos 14 anos) para que possa receber a parte do dinheiro que lhe é devida.

Para dar uma filosofada, a autora Lori Nelson Spielman coloca foco no que a gente abre mão de ser e fazer por causa do dinheiro, e como isso pode estar relacionado com uma tristeza intrínseca e falta de realização pessoal.

Mas esse livro é para ler de passatempo mesmo, não é de filosofar não! (E está no kindle unlimited.)