26 de setembro de 2017

Machamba

Editora Nova Fronteira - Capa Danilo Perrotti Machado

Machamba ganhou o I Prêmio Kindle de Literatura, no ano passado. Depois do prêmio, Gisele Mirabai publicou o seu livro com uma grande editora. No entanto, basta ver os comentários na própria página da Amazon para ver que é um livro controverso, já que o "povo" está fazendo muitos comentários ruins.

Eu li o livro antes de ver essa questão dos comentários - e posso afirmar que não fui influenciada a dizer que não gostei. Aliás, pensei em desistir de tão ruim que eu achei, mas não o fiz porque 1: era um livro pequeno, 2: assim poderia fechar a resenha no blog com essa minha opinião (eu não incluo aqui livros não terminados).

A partir daqui, há spoilers.

A autora usa uma linguagem que lembra sim Guimarães Rosa, mas muito piorado, para contar a história da garota que sai de Minas Gerais depois de um tipo de trauma (a história vai e volta no tempo e a superação desse trauma faz parte da trajetória de redenção dela). Há muitas cenas de sexo para mostrar a desconexão de sentimentos da protagonista, mas eu fiquei com a impressão de ser algo forçado, ali para tornar a narrativa moderna e ousada. Por fim, a pessoa sai da Inglaterra, passa por Grécia, Turquia, Israel, assim, só com um cartão de crédito no bolso e uma explicação lá pelas tantas (para manter a verossimilhança, suponho), que ela já tem um passaporte europeu herdado de não sei quem (essa é a parte Comer, Rezar, Amar).

Achei o livro artificial, um recorte do que a autora achou que ia ser considerado uma boa mistura de referências. Não recomendo mesmo. Agora é a última semana para inscrição para o II Prêmio Kindle de Literatura - vamos torcer para sair algo melhor esse ano.



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