29 de julho de 2017

A febre do amanhecer

Editora Companhia das Letras - Capa Cláudia Espínola de Carvalho

Quão delicioso é ver uma história de amor verdadeira e emocionante?

Muito!

Eu adoro romances. Adoro. Por isso, assim que eu vi a sinopse desse livro, fiquei encantada, e coloquei na minha lista de desejos, que virou sonho realizado rapidinho.

O autor Péter Gárdos escreveu a história do namoro dos seus pais, húngaros judeus sobreviventes do Holocausto que foram se recuperar na Suécia. Miklos, 25 anos, está a beira da morte e está desenganado pelos médicos que lhe dão 6 meses de vida, mas pensa: eu não sobrevivi a guerra para morrer aqui, solteiro. Então, ele consegue uma lista das mulheres judias da sua região da Hungria que estão na Suécia, e manda uma carta para cada uma delas. Algumas escrevem de volta, ele filtra algumas respostas, e a troca de correspondência vai em frente com Lili, que só respondeu porque teve uma crise e foi internada, e queria uma distração no hospital.

Eu gosto desse amor deliberado - pessoas que decidem deixar-se envolver-se, rendem-se a um sentimento amoroso (amor, paixão), e firmam um compromisso. É a vitória humana sobre a tragédia da guerra, manter a capacidade de amar e a vontade de viver.

Tem gente que faz isso todos os dias, depois de uma tragédia... 

Eu achei muito interessante um detalhe da história - que mostra tanto a humanidade dos médicos suecos que receberam esses refugiados da guerra em missões humanitárias: quando Lili tem uma crise e precisa ser internada, o médico descobre quem são suas amigas, e as "interna" também, para que Lili não fique sozinha no hospital. Ela já tinha sofrido tanto na guerra, estava longe da sua família, e o médico teve esse cuidado de lhe dar companhia. 

Cuidar de uma pessoa é dar atenção aos detalhes também, de cuidar do corpo e da alma...

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