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No começo dessa edição de "A filha de Agamemnon", há notas tanto de tradução como sobre a história principal dessa coletânea, o que ajuda a entender o contexto de Ismail Kadare, um autor albanês, que chegou a ser proibido em seu país dado os seus textos políticos. A história em questão escapou por ter sido primeiramente retratada na Alemanha - em pleno regime nazista - enquanto na verdade, ele contava da sua realidade em uma ditadura.
No entanto, a história que mais me interessou foi "The Blinding Order" (algo como a lei da cegueira, ou comando da cegueira), em que, depois de alguns fatos tristes (morte, acidente, doença de autoridades), o governo identifica que a causa é o "mau olhado", e determina que as pessoas que estão "emitindo" esse mau olhado devem ser cegadas, com uma compensação financeira do estado. Caso a pessoa se entregue, ela será cegada e sua compensação será um valor maior. São definidos fiscais para executar essa lei - identificar e cegar as pessoas causadoras do mau olhado. As pessoas discutem o que é critério para identificar quem emite mau olhado - mas não muito abertamente, caso pensem que eles estão tentando disfarçar. Os oficiais do governo afirmam que há critérios claros, mas não abertos. O narrador se aproxima de uma família, cuja filha é noiva de um fiscal dessa ordem, e nos mostra o impacto ali, nas pessoas comuns.
Eu gosto muito dessas histórias fantásticas que, se analisar bem, podem não ser tão fantásticas assim, e retratam tão bem aspectos da nossa sociedade, que às vezes nem é bom comentar.
Ai que triste! Acabei de ouvir noticias sobre nosso querido país e seus políticos e concordo: não são tão fantásticas assim essas histórias! bjbj <><<
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