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Tess of the d'Ubervilles é uma tristeza. Um livro longo e lento. E uma história pura de sofrimento da coitada da Tess, que praticamente não faz nada de errado e só apanha por todos os lados. Ao mesmo tempo que eu ~tentava~ ler esse livro, uma amiga lia Far from the Madding Crowd, do mesmo autor Thomas Hardy - e percebemos que realmente ele gosta de dramas novelescos sofridos. Ambos os livros estavam na lista da BBC - como os livros mais amados - mas sério, não dá para entender.
Eu entendo que era uma outra época, outra sociedade, mas eu fiquei com uma raiva profunda desse mundo que eu gostaria que não existisse mais, mas existe sim, e a gente tem que conviver com ele. Só para explicar melhor, vou dar alguns spoilers, então é melhor parar aqui se você por acaso se interessar em ser 'surpreendido' por esse livro.
A tal da Tess é a mais velha de uma família bem pobre, e o pai quer que ela consiga algumas vantagens com um primo rico que eles descobrem que tem. Elá vai para casa desse primo, e ele dá em cima dela repetidamente, e ela vai tentando se manter pura. Uma bela noite, voltando de uma festa do vilarejo local, ela se vê sozinha com ele numa floresta. Ela dorme. Ele a ataca. Ela volta para a casa dos pais, humilhada e arrasada, grávida e, o que é pior para o pai, sem nenhum tostão. Ela nem chega a falar para o cara que ficou grávida. O bebê nasce fraco e morre, e ela vai tentar reconstruir a vida, mas já está ali no meio de reprovações familiares, de amigos, da religião e de si própria. Ela nunca será perdoada por ter sido... a vítima.
Esse livro tem 125 anos, e eu não sei se fico grata porque - quero acreditar - a maioria das pessoas já não pensa assim, ou se fico decepcionada desse pensamento da culpa da vítima ainda estar por aí, e as pessoas sejam condenadas por sofrerem um crime - penal e moral.
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