23 de dezembro de 2016

O Rouxinol

Editora Arqueiro

Logo no começo, o livro O Rouxinol apresenta uma senhorinha e passa para o flash back da vida de duas irmãs francesas na II Guerra Mundial. Então é claro, e não spoiler, que uma delas está viva ainda - apesar de todos os perigos e percalços que elas passaram - mas a dúvida é: quem? E mais do que isso - porque você sempre pode chutar ou pescar evidências - como?

Eu gostei muito de ler um livro na perspectiva da França Ocupada - eu sei que Toda Luz que não podemos ver também era sobre isso, mas aqui falamos da linha de frente da Resistência. De pessoas tendo que ter alemães morando em suas casas. Do dilema diário de resistir, enfrentar, aceitar, fugir. 

Há o lado da vítima, que é perseguida, que é atacada, que é aprisionada e que é morta.

Há o lado do algoz, convicto, consciencioso.

E agora eu posso imaginar quão difícil é ser esse terceiro lado, que é impossível ser imparcial, que ser omisso já é uma decisão para um dos lados, que por vezes demonstra muito mais coragem do que aquele que ataca.

Eu admiro todos aqueles que, um dia, se meteram numa briga para defender o lado mais fraco, para protegerem alguém, para fazerem o que é certo. Ainda há pessoas assim, heróis discretos, valentes, diários. Que Deus possa proteger e ajudar vocês.



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