Editora Record - Capa Leonardo Iaccarino |
Paradoxalmente, eu não consigo assistir filmes violentos (eu literalmente fecho os olhos), mas ler até que rola (mas eu me permito pular algumas linhas das partes mais sangrentas). Sendo assim, foi ótimo ler O Poderoso Chefão, um livro realmente espetacular, daqueles de ficar órfã no fim (no entanto, não gostei da sinopse das continuações). Deu para entender porque tanta gente adora os filmes (embora eu tenha desistido de assistir no primeiro - era muita gente apanhando e morrendo para a história fazer sentido nas partes que eu conseguia assistir, hahaha).
Mário Puzo retratou de forma admirável o que foi a máfia italiana nos Estados Unidos, com direito a explicação das origens. Dá para ter um vislumbre da realidade italiana nas primeiras décadas do século passado também, já que tem um trecho da história que se passa lá (e mesmo sendo ficção, é possível imaginar o que era realidade de tudo o que foi contado).
Um dos pontos interessantes é como Don Corleone se tornou poderoso - é um pouco do que ele era capaz de fazer, e muito de ter a postura correta, e conseguir arrebanhar seguidores fiéis (até por isso, o nome original - The Godfather / O Padrinho, é melhor do que o nome brasileiro - ele não aceitaria ser chamado de O Poderoso Chefão, embora ele o fosse sim e soubesse disso).
É preciso muita inteligência e capacidade de liderança para conseguir a quantidade certa de temor - a base de recompensa e ameça - que mantenha os seguidores obedientes sem que eles se considerem merecedores de assumir o poder, ou mais privilégios (o que acontece, claro).
Dá para imaginar o que não tem de Don Corleone no cenário do crime brasileiro - com requinte menor ou igual ao original...
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