6 de outubro de 2015

Divergente

Editora Rocco

O livro "Divergente" marca o fim de uma era na minha vida: aquela em que eu tolero livros de / sobre / para adolescentes. Eu tive a fase de adora-los, e a fase de tolera-los (o que incluía lê-los), mas simplesmente não foi possível ler a série completa da Veronica Roth (mas confesso que apelei para ler spoilers na internet, só para ver para onde a história acabou indo). 

Até que a ideia era boa - o futuro com a humanidade dividida em facções, as especializações, as evidências de que algumas pessoas "especiais" não podem caber nas caixinhas pré-determinadas. Mas os personagens eram muito fracos. Eu queria bater na tal de Tris, que, supostamente, era a mais especial de todos do mundo. Na verdade, quem é fraca mesmo é a autora que coloca a personagem principal em situações assim: no final de um capítulo, a garota diz "oh, eu acabo de fazer algo sensacional e eles me vêem como líder, eu preciso liderar essa turma e decidir quem vai fazer parte da missão", e no capítulo seguinte: "não decidi nada, eles mesmo decidiram quem ia participar".

Então, eu não sei se a intenção era realmente "humaninzar" a tal da Tris, tornando-a uma adolescente padrão (com milhares de dúvidas e inseguranças) apesar do seu dom especial de ter vários talentos, mas eu fiquei decepcionada de ela não ter esse perfil de liderança que aparentemente se espera dela (e não só eu, mas os outros personagens). O tal do Four (amigo e par romântico, também supostamente com talentos especiais) também se omite da liderança e de responsabilidade, e eu fico achando os dois bobos e sem coragem (ok, eu li só o primeiro livro e parte do segundo antes de me irritar completamente e decidir gastar meu tempo com coisa melhor a esperar eles amadurecerem).

E sim, vou comparar com o Harry Potter - que só tinha supostamente um talento especial (para se meter em encrenca, diriam os professores de Hogwarts, ou de ter uma mãe que o protegeu com um feitiço antigo, sem mérito nenhum seu) - e mesmo assim ele teve coragem de agir quando achou necessário (mesmo precipitadamente e fazendo besteiras) e até de liderar quando requisitado. Assim, se for para ser adolescente e se identificar com alguém que seja com Harry Potter e amigos, do que com esses dois bobos da Tris e do Four.

Eu irei me manter longe de livros adolescentes, a menos que sejam realmente bem recomendados. Principalmente se tiverem filmes - porque aí eu assisto o filme, pego os melhores momentos e só invisto 2 horas da minha vida neles, e deixo o meu tempo de leitura para algo melhor.