Editora Companhia das Letras - Capa Jeff Fisher |
Em "O Complexo de Portnoy", Philip Roth nos leva para a sessão de terapia de Alexander, um jovem advogado judeu que vai contando sobre sua vida desde a infância. Ele é irônico e direto, sem desviar de assuntos pouco nobres - como a constipação constante do pai - ou íntimos, como sua vida sexual presente (o que é natura se ele está num divã). No entanto, o assunto que mais impressiona é o tanto que ele fala de masturbação - e esse deve ser o complexo do título mesmo. É possível citar muitos livros e filmes em que figuram ou se insinuam cenas de sexo, mas poucos falam de masturbação, ainda mais na vida adulta - no adolescente é algo mais comum. Portnoy, no livro, é completamente obcecado pelo assunto, e é de se espantar como ele extravasa isso em qualquer lugar. O livro não é vulgar, e até por isso deve ter se tornado bestseller e pode ser considerado um clássico, mas eu fiquei espantada com algumas cenas.
Além disso, é o tempo todo ele falando, então nós nos sentimos o terapeuta, tentando analisar o que é dito para quem sabe responder a suas angústias presentes... ou quem sabe esse é o meu lado engenheiro que gosta de resolver tudo. :)