27 de julho de 2015

Anexos

Novo Século Editora - Capa Equipe Novo Século
No livro "Anexos" (cujo título fica melhor pelo duplo sentido em inglês - Attachments), a autora Rainbow Rowell (ainda quero descobrir se é nome artístico ou os pais eram realmente hippies) usa uma situação pela qual toda mulher moderna já passou ou ainda passa: a troca de e-mails com amigas - com um pequeno diferencial: o fato de um cara estar lendo tudo - e ele é pago pela empresa para isso - "ler e-mails e dar advertências para quem descumpre as regras". É claro que ele se interessa pela troca de e-mails e faz vista grossa, e daí é um pulo para ele se interessar por uma das garotas. 

É chicklit, despretensioso, divertido e, claro, um pouco forçado para dar tudo certo no final, mas eu gostei. Eu leio para ver tudo dar certo mesmo.

25 de julho de 2015

Anna and the French Kiss

Editora Usborne - Capa por Lindsey Andrews

Eu me atrai por esse livro graças ao nome - Anna e o beijo francês - não pela parte do beijo, ou pela parte francesa, mas sim pelo nome Anna, que eu acho lindo. E aí que é um romance adolescente, claro. É aquela história básica que toda adolescente gostaria que acontecesse com ela - vai para um colégio interno (a contragosto, claro, afinal se é moderna, etc, etc), em Paris (a cidade romântica por excelência), encontra um cara lindo e rico e popular e britânico e todos os adjetivos positivos possíveis (mas, para dar mais "verossimilhança", a autora encaixou um "defeito": é baixinho), que tem uma namorada (claaaaro, olha o drama), e ainda uma melhor amiga que também é sua amiga (ops, duas concorrentes!), mas no fim ele se apaixona mesmo por você (no caso, a Anna) (ops, spoiler surpreendente), e no fim fica tudo bem (ops, outro spoiler - mas sinto muito, se você não começa a ler um livro assim sabendo que no fim o mocinho fica com a mocinha, que mundo você vive?).

A questão é que não tem nada demais - é uma história simples, sem chamar a atenção para nenhum personagem em especial ou para o humor ou para a trama em si. Adolescentes vão amar (e talvez algumas pessoas mais velhas, claro), mas é para adolescente mesmo. A autora Stephanie Perkins tem mais livros inclusive com alguns personagens secundários desse livro, mas não me atraiu para ler outros livros dela. Gente, passei da idade. Eu li mais alguns livros de adolescentes que ainda vão aparecer aqui no blog, mas eu parei. Sério. Realmente não dá mais.


21 de julho de 2015

Amiga de Juventude

Editora Globo - Capa Mariana Newlands

O segundo livro da Alice Munro que eu li foi "Amiga de Juventude", título do primeiro conto dessa coletânea (e também disponível no kindle unlimited). 

Há muitos livros atuais cujas personagens principais tem 20 e poucos anos (ou menos) e fazem parecer que as mulheres de 30 anos, balzaquianas, ainda são as "velhas" da literatura. A vida é muito mais do que isso, certo? Ainda mais no século XXI. Por isso, é ótimo ver Alice Munro colocar em foco mulheres com mais de 40, 50, 60, vivendo e acontecendo. 

É incrível como ela descreve a vida e os conflitos das personagens com leveza, como se fosse um mergulho lento no universo pessoal de alguém, até você esquecer que o que está ali é só um pedacinho da história e ficar um pouco órfã no final. Há uma conclusão, é claro, mas depois de se aproximar tanto da personagem, é estranho quando acaba. Não é uma delícia ler histórias assim?  

20 de julho de 2015

Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento

Editora Globo - Capa Mariana Newlands

Alice Munro ganhou o Nobel de Literatura de 2013 e assim mostrou a importância dos contos. Talvez isso faça sentido nos dias atuais, de correria e enxurrada de informações - a literatura também se apressando, mas o fato é que ela é muito boa. Seus contos são acessíveis e mostram a complexidade da natureza humana de forma simples e direta.

Vários livros dela estão disponíveis para quem assina o "kindle unlimited", e é uma das poucas coisas boas desse catálogo. Eu gostei muito de ler "Ódio, amizade, namoro, amor, casamento", livro no qual esses sentimentos estão em foco - mas quando é que não estão?


5 de julho de 2015

The Moonstone

Domínio Público - Edição Kindle

A Amazon me sugeriu a leitura de The Moonstone, de Wilkie Collins, e como era de graça, resolvi experimentar. Trata-se de uma história de detetive (a primeira publicada em inglês, no século XIX!), o mistério do desaparecimento de uma pedra muito valiosa e amaldiçoada. Há vários personagens escusos ou com segredos suspeitos, há a mocinha em perigo, e indianos tentando recuperar seu tesouro roubado (a pedra), mas embora seja interessante, não é algo como Agatha Christie. 

O personagem mais legal é o mordomo Gabriel Betteredge, um velhinho teimoso e bem conservador em seus pensamentos, o que o torna engraçado não intencionalmente. Ele parece uma personagem de Downton Abbey, que não quer nada de modernidades, e tem visões bem preconceituosas com relação às mulheres, e mesmo tendo sido casado, o fez por pura comodidade - já que a candidata em questão lavava sua roupa e se ele casasse com ela, não precisaria mais paga-la. Um dos seus traços mais curiosos é a obsessão pelo livro Robinson Crusoé, o qual ele lê e relê e utiliza como "livro de sabedoria", abrindo em páginas aleatórias e relacionando frases soltas a sua situação ou ao que está ocorrendo na casa. Embora esse seja um livro bem interessante, é engraçado ver como ele força a barra para que esse "uso" faça sentido. Mas acredito que com qualquer livro, mesmo a Bíblia, essa leitura aleatória é descontextualizar e forçar a barra, mas pode fazer sentido para muita gente...