25 de maio de 2015

Os cinco porquinhos

Editora Globo - Capa: Rafael Nobre / Babilônia Cultura Editorial

Hercule Poirot tem um grande desafio: investigar um crime ocorrido 16 anos antes, pelo qual uma mulher foi condenada, praticamente sem alegar defesa. O ponto de partida é a carta que ela escreve para a filha dizendo que é inocente... Assim, através de entrevistas com os presentes no dia do assassinato (que ele associa a uma música infantil, e por isso o título "Os cinco porquinhos"), Poirot pretende descobrir a verdade, mesmo que pareça inviável que qualquer outra pessoa tenha cometido o crime. 

Interessante que ele pede para que as pessoas escrevam relatos do dia do ocorrido, assim como elas o lembram, tendo certeza de que o que permaneceu em suas memórias depois de tanto tempo, mesmo que trivial, é o que importa para descobrir a verdade. É claro que no livro dá certo, mas desconfio que a nossa memória é inteligente assim mesmo, o tempo filtra só o que mais nos marcou, e que importa para o futuro. 

Os relógios

Editora Globo - Capa Rafael Nobre / Babilônia Cultura Editorial

Em "Os Relógios", Agatha Christie, para variar, faz uma pegadinha com a gente. Como essa mulher pode ser tão inteligente e - de certa forma - cheia de ironia para escrever livros??? ADORO!

Nesse livro, Hercule Poirot ajuda a desvendar um assassinato de um homem desconhecido, que ocorre na casa de uma mulher cega, cujo cadáver é descoberto por uma pessoa que não conhece nenhum dos dois (nem a dona da casa, nem a vítima). Há também tramas paralelas de espionagem e um romancezinho foooofo, além de uma detetive mirim. Como não amar?

Três ratos cegos e outros contos

Editora Globo - Capa Rafael Nobre / Babilônia Cultura Editorial

Agatha Christie escreveu não só dezenas de livros, como dezenas de contos, então sempre existirão compilações de contos como nesse livro - Três ratos cegos e outros contos. A história que dá título ao livro, eu não conhecia, e é bem emocionante, com direito a pessoas isoladas pela neve numa hospedagem com o pretenso assassino (que, é claro, só é revelado no finalzinho). Há também contos da Miss Marple, e esses eu já conhecia, por ter lido um livrão com todas as suas histórias, que eu comprei fora do país. Não seria legal mais edições completas de contos de cada personagem (como meu amado Hercule Poirot) aqui também? #ficaadica  

21 de maio de 2015

Filhos: manual de instruções para pais das gerações X e Y

Editora Record

Para uma engenheira, nada como um livro que usa a expressão: "manual de instruções", ou seja, propõe-se claro e objetivo. Tania Zagury não decepciona com o seu livro "Filhos: manual de instruções para pais das gerações X e Y", ou seja, para nós, agora aos 30 e poucos anos, colocando gente no mundo.

Ela logo explica que depois de uma fase super autoritária e por consequência uma fase muito permissiva, essa geração sabe o que não fazer (não bater, não deixar tudo), mas ficou meio perdida com relação a como então educar e criar limites. Para propor alternativas, Zagury é bem direta: para os tópicos principais de educação ("alimentação", "escola", "birra", etc), ela explica quais as vantagens e motivos para atuar, e o que fazer. Em tópicos, senhoras e senhores, em tópicos! Sem blá blá blá. 

A autora não promete milagres, nada como a super nanny que resolve tudo em 3 dias. Com relação a birra, por exemplo, suas estimativas vão de 3 semanas a 3 meses, dependendo da criança - e dos pais, claro. É um manual de instruções, que entende que cada família tem um modelo diferente em casa - mas semelhante o suficiente para que o método funcione. Esta, é claro, é a promessa dela baseada em sua experiência como educadora.

Eu realmente gostei do livro, da filosofia da autora, e usarei como livro de referência.

20 de maio de 2015

O livro da Maternagem


Ser mãe e atuar como mãe hoje em dia são motivos suficientes para polêmicas em redes sociais - a começar pelo parto. "O Livro da Maternagem" segue uma linha específica que eles próprios chamam de "Pediatria Radical" - e extrapolando o uso da palavra radical, a autora Thelma Oliveira assina a capa com o pseudônimo Dra. Relva (ela é pediatra). Agora mãe de duas, posso afirmar que não me identifico com a filosofia deles - não considero prática. Eu sou o tipo de mãe de rotina, manual e disciplina (e aí o livro que eu li em seguida e postarei em breve fez muito mais sentido). Mas eu entendo que muitas mães vão encontrar eco de seus anseios com esse tipo de "maternagem" - que envolve dedicação exclusiva, colo todo o tempo, cama compartilhada, aleitamento até os dois anos e etc. Assim, não vou criticar o conteúdo em si do livro, mas a forma. 

Pelo que é explicado no livro, tudo começou numa comunidade do Orkut (pois é, e pela minha breve pesquisa, eles não sobreviveram no facebook), em que as pessoas debatiam como cuidar de bebês, como criar os filhos, como ser mãe, etc. "Surgiram" "especialistas" que participavam dos fóruns e esse livro é um compilado de textos sobre diversos assuntos relacionados a crianças. Em geral, os textos são muito superficiais, para não dizer mal escritos. É possível encontrar informações úteis e fidedignas -  como o calendário de vacinação, breve descrição das doenças mais comuns, amamentação - mas sempre bem superficiais ou breves. Há também textos estranhíssimos como um que a mãe cita quando a filha começou a falar, quais palavras foram, que isso ocorreu precocemente, olha que maravilha e é só - não vi propósito nenhum, nem um comentário sobre o que é considerado "normal", que seria bem mais útil do que descobrir que a filha da fulana é precoce, e sem também instigar aquele instinto materno competitivo que sobrepuja por aí (ok, não consegui e critiquei o conteúdo).

De qualquer forma, eu li inteiro mesmo pensando em desistir e posso dizer que não recomendo. É um livro para fãs da maternagem mesmo, depois que descobrirem exatamente do que se trata nesse caso.


14 de maio de 2015

O adversário secreto

Editora Globo - Capa Rafael Nobre / Babilônia Cultura Editorial

Adversário Secreto é o primeiro livro da Agatha Christie com o casal de detetives Tommy e Tuppence. Nessa edição da Editora Globo (eu li digital), tem uma introdução muito interessante, que explica que os 5 livros em que eles figuram abrangem praticamente toda sua vida - da solteirice até a aposentadoria com netos (escritos também num grande período de tempo, entre 1922 e 1973, 51 anos).

Nesse livro, Tommy e Tuppence são pessoas comuns, sem emprego no pós guerra, que decidem trabalhar com "aventuras", e uma rapidamente se apresenta - é uma trama de espionagem internacional, com identidades secretas e tudo o mais. É uma aventura bonitinha, por assim dizer, perfeita para iniciar o romance desses dois. Legal também ler um livro da Agatha Christie que o foco não é um assassinato (ou vários), e sim um outro tipo de suspense. 

1 de maio de 2015

A mocinha do Mercado Central

Editora Globo - Ilustrações Laurent Cardon

O livro "A mocinha do Mercado Central" ganhou o prêmio Jabuti de melhor ficção em 2012, e ao le-lo é possível ver a característica inerente a maioria da literatura premiada: bem escrito, e um tanto quanto complexo (porque ser bom e simples é coisa de gênio mesmo). 

Stella Maris Rezende conta a história de Maria Campos, resultado do estupro de sua mãe numa viagem de ônibus, que mora em Dores do Indaiá, no interior de Minas Gerais. Ela resolve conhecer um pouco do mundo, muda para outras cidades, e assume novos nomes e identidades de acordo com eles - e é possível dizer que ao se tornar uma pessoa diferente, Maria está mesmo se auto-conhecendo. 

Esse é um livro infanto-juvenil para adolescentes, e acredito que com muito conteúdo para ser discutido numa sala de aula. Eu não consegui me envolver muito com o livro (eu me perdi sem saber se ela estava imaginando ou realmente vivendo algumas coisas), mas achei a história interessante e muito bem amarrada - além do fato, é claro, de apresentar vários nomes e seus significados, tema que eu adoro!