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No colégio que eu frequentava no primário (como chamava o ensino fundamental I no meu tempo), os livros para essa idade eram separados por série - 1a, 2a, 3a e 4a - a disposição das crianças. Um ano, não lembro qual, eu li o livro "Os 3 incríveis", da Stella Carr, e adorei: a história dos trigêmeos Leo, Lia e Lino, que eram pequenos e ruivos, e executaram vários planos para desacreditar o valentão da classe (que tinha repetido um ano e era maior que todo mundo).
Eu gostei tanto da história que ficava com vontade de reler de tempos em tempos e quem me ajudava a achar o livro entre a "bagunça" que eram as prateleiras por série (sem indexação por autor ou título) era a bibliotecária - geralmente de um dia para o outro, porque não era fácil achar um livro fininho naquela variedade de literatura infantil. Numa dessas fases de vontade de reler, a minha mãe comprou o livro e me deu de presente, assim sem motivo especial, e eu fiquei super feliz!
Um dos pontos que eu mais gosto é da Lia cortar o cabelo curtinho para ficar igual aos irmãos e facilitar as brincadeiras de confundir que os 3 gostavam de fazer com as outras pessoas. Para mim, é um dos exemplos de que meninas e meninos são iguais para fazer o que quiserem.
Assim, fico feliz de chamar minha segunda filha de Lia (sugerido pelo pai primeiramente), sem saber se ela vai ser levada ou meiga, gostar de boneca ou carrinho, se vai dançar ballet ou tocar violão, ou se ela vai ser levada E meiga, gostar de boneca E carrinho, dançar ballet E tocar violão. Ela vai ser o que quiser ser, e vai ser incrível, e é a vida dela que eu sempre vou ter vontade ler e reler.
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