31 de janeiro de 2013

Guia Politicamente Incorreto da Filosofia

Editora Leya - Capa Ana Carolina Mesquita
Às vezes, modinhas chegam na literatura e se tornam irresistíveis... Se "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil" fez sucesso, vamos aproveitar, pegar um tema um pouco mais espinhoso e ver se vende como "Guia Politicamente Incorreto da Filosofia"... Talvez tenha atraído um público maior, mas o título não é coerente mesmo com o livro, mas o subtítulo sim: "Ensaio de Ironia".

Luiz Felipe Pondé destila capítulos bem irônicos sobre as principais ideias correntes do politicamente correto atual - pincelando aqui e ali a origem de uma teoria filosófica ou um filósofo  Não é uma versão irônica e resumida do "Mundo de Sofia" como poderia se esperar.

Posto isso, afirmo que o livro é muito bom. Ele é incômodo, da maneira como o autor propõe que seja, porque foge do discurso que se vê muito na mídia e na boca de intelectuais por aí. O livro faz pensar e ainda serve de mote para discussões com os amigos - sobre feminismo, política, romantismo, sexualidade, riqueza, justiça social e outros aspectos comuns da vida humana. Só é preciso tomar cuidado para escolher o seu interlocutor para uma discussão dessas... Provavelmente com ninguém que se leve muito a sério... :) 

27 de janeiro de 2013

I've Got Your Number

Editora The Dial Press - Capa Shasti O'Leary Soudant e Anne Keenan Higgins

O último livro da Sophie Kinsella, "Fiquei com seu número", é um chick lit delicioso! É maravilhoso ler uma história que você sabe exatamente como vai acabar, mas isso não faz diferença, porque o caminho percorrido é emocionante.

Eu li em praticamente 24 horas - não dá vontade de largar, são várias surpresas e reviravoltas, dignas de filme. Eu já quase ASSISTI esse livro, tem tudo para ser uma deliciosa comédia romântica - por favor, me digam que já estão pensando num roteiro! Então, fãs de boa literatura para garotas, não percam esse livro que é de apaixonar!

24 de janeiro de 2013

Morte Súbita

Editora Nova Fronteira

Finalmente li o novo livro da J. K. Rowling! Não tem nada a ver com Harry Potter - ou quase isso - já que também se passa na Inglaterra e o estilo continua o mesmo: ela o leva para dentro da cabeça dos personagens e faz descrições esmeradas de gestos e feições, que permite que você veja o que está acontecendo.

"Morte Súbita" é mesmo um livro para adultos, nada de magia, nada de bem contra o mal. Trata-se do retrato das pessoas de uma pequena comunidade, depois da crise iniciada pela morte de uma figura ilustre do local. A medida em que a história se desenrola e vamos conhecendo as personagens mais profundamente, dramas íntimos vem a tona, contrariando todas as primeiras impressões.

De forma marcante, J. K. Rowling ressalta os relacionamentos entre pais e filhos adolescentes, em exemplos nada saudáveis. Gostaria de imaginar que ela reuniu somente os casos bizarros e complexos, mas tenho minhas dúvidas... É um período bem complicado da vida, e a falta de comunicação só intensifica os problemas.

Eu gostei muito do livro - o estilo é leve, mas os temas tratados são pesados, então não é o tipo de livro para acabar de ler e ficar contente e satisfeito - sobra muito incômodo para isso. Mas se você gostou muito de Harry Potter, e aprecia também um romance de mundo real sem encantos e encantamentos, esse livro também é para você.

17 de janeiro de 2013

A Brincadeira

Editora Companhia das Letras - Capa Jeff Fisher


Milan Kundera é mais conhecido pelo seu romance "A Insustentável Leveza do Ser", que com um título tão marcante e bonito pode ser sobre qualquer coisa, que tudo bem. O título do seu primeiro livro, "A Brincadeira" é muito mais singelo, e diretamente relacionado com a história.

Quem faz a tal da brincadeira é Ludvik ao mandar críticas ao regime comunista num cartão postal, aberto, para a sua namoradinha em um encontro político. Ao ser confrontado, ele explica que é só uma brincadeira, mas como tudo é levado muito a sério, ele é expulso do partido, perde a vaga na universidade, e ainda é mandado para um quartel de trabalhos forçados.

A política é muito presente nesse romance, especificamente, como a estrutura comunista (socialista?) em vigor na República Tcheca influenciava e dirigia os rumos das vidas dos personagens. Verdade ou exagero, é um choque de cultura em relação a nossa vida hoje.

Eu particularmente não simpatizei com o Ludvik (principalmente da metade para a frente do livro) e isso impactou na minha leitura do livro, mas quem tiver curiosidade sobre esse regime, essa época (50 - 60 anos atrás), vale a pena.

12 de janeiro de 2013

Anna Karenina

Editora Wordsworth - Capa Robert Mathias
Anna Karenina é o meu primeiro livro do ano porque, em 2013, uma Anna está chegando na minha vida e promete mudar tudo, a começar por meu padrão de sono e o hábito de leitura... Mas eu sorrio só de imaginar a nova leitora e todos os livros que vamos ler juntas! 

Certamente ela vai demorar para ler Leon Tolstoi, mas espero que ela goste desse cara tanto quanto a mãe. Ele sabe escrever livros grandes, mas a prosa é bem fluida, principalmente quando ele nos transporta para dentro da cabeça dos personagens, enós podemos praticamente sentir o que eles estão sentindo. (Há uma cena em que estamos "dentro" da cabeça de um cão de caça, e é incrível como tudo o que é descrito parece  real e palpável!).

A Anna Karenina é muito bela e cativante e eu adorei a forma que ela aparece na história:

"Ele se desculpou por estar em seu caminho e estava quase entrando na carruagem, mas se sentiu compelido a olhar novamente para ela, não porque ela era linda ou por causa da elegância ou modesta graça de sua figura, mas porque ele viu em sua doce face enquanto passava por ela algo especialmente terno e generoso."

Mas depois ela enlouquece de paixão, e o que eu desejo para a minha Anna é um amor mais tranquilo e gostoso, quando chegar a hora... Antes disso, muitas fraldas vão rolar...