Editora Companhia das Letras - Capa warrakloureiro |
O fato é que eu quis ler "Diário da Queda" porque foi um dos livros mais premiados do ano passado e não errei na escolha. Michel Laub escreve primorosamente, usando o recurso de fluxo de pensamento mas sem deixar confuso e sem parecer que está nos manipulando - embora ele esteja fazendo isso sim. Para usar uma imagem, é como se estivéssemos num redemoinho, primeiro dando voltas mais lentas e largas, depois aumentando a velocidade - a emoção - a medida em que nos aproximamos do meio, no caso, o final do livro, e o momento em que conhecemos por inteiro o autor e seus conflitos.
Logo no começo, percebe-se que o tema do livro não é simples: preconceito entre judeu e gói em Porto Alegre, e o narrador, judeu, é descendente de um sobrevivente de Auschwitz. Mas há tantos fatores envolvidos, os personagens são tão complexos e humanos, que fica difícil reduzir o tema a esse ponto, como aparenta ser.
O livro não é longo, não é apelativo, não é complicado, mas é surpreendente, emocionante e denso. Tenho um aperto no coração toda vez que lembro da história, e mesmo não sabendo julgar literatura como aquelas pessoas que premiaram esse livro, sei que essa capacidade de emocionar já é um bom motivo para ganhar prêmio (e muitos leitores, eu espero).
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