Editora Arqueiro - Capa Raul Fernandes |
Se você já conhece Nicholas Sparks, sabe o que pode esperar de "O melhor de mim": um romance cheio de clichês, muito drama, aquela narrativa feita para tocar fundo no seu coração e fazë-la desabar em lágrimas. Eu já estive lá, e agora estou mais vacinada... Ou então as histórias que estão saindo dramáticas de mais, muito forçadas mesmo - até a temática de um casal que não pode ficar junto na juventude e depois se reencontra, é parecida com a de outro livro dele.
Por isso, eu queria refletir aqui não sobre a história em si, mas sobre um comportamento do personagem principal - o cara que não fica com a mocinha, porque ele é de uma família de criminosos, ela é a riquinha popular da cidade, e, 20 anos depois, eles continuam se amando, apaixonados como sempre. A diferença é que ele se tornou um misantropo, e ela namorou, casou e teve 4 filhos. O amor que ele sentia por ela, não abriu espaço para mais ninguém, mas para a mulher não, ela conseguiu "reconstruir" a vida. E não é a primeira vez que o Nicholas Sparks escreve sobre isso - como eu citei, na outra história, isso se repetia.
O engraçado é que, em Persuasão, da Jane Austen, que eu li praticamente em paralelo, a personagem principal feminina defende justamente o contrário: que uma mulher pode manter um sentimento aceso se não deu certo o relacionamento com um homem, e continuará sozinha, mas o sentimento do homem se esfriará e ele terá outros relacionamentos...
Quem será que está certo? Em pouco mais de 100 anos, o mundo mudou tanto, ou homens e mulheres não são tão diferentes assim?