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"A Mensagem de Efésios" é um livro de estudo, por assim dizer, em que John Stott apresenta cada trecho do livro bíblico e o explica, tanto contextualizando, como apresentando os termos gregos e suas possíveis traduções, correlacionando com o seu uso em outras partes dos escritos de Paulo ou outros autores. É bem detalhado, mas não é um livro longo, então não é um livro para ler casualmente, mas sim prestando bastante atenção.
Por outro lado, eu também me surpreendi com a "modernidade" de interpretação de um dos trechos da Bíblia que pode ser mais polêmico na sociedade de hoje, aquele em que a mulher deve ser submissa ao marido. Stott explica o que é esperado na nova sociedade de Deus, em que homem e mulher, pais e filhos, senhores e servos, tem o mesmo valor, mas não necessariamente a mesma função de autoridade.
É claro que você tem que aceitar, desde o começo, um Deus que criou primeiro o homem e depois a mulher, e escolheu a ele para ter autoridade no relacionamento do casal, e ser o guia ("o cabeça"), mas o que Deus "exige" em troca também é bastante, ao fazer a analogia do papel do marido com a de Cristo que é o cabeça da Igreja e a amou ao ponto de se sacrificar por ela, e ainda hoje investe no seu aperfeiçoamento através da santidade. Ou seja, o marido deve amar demais a sua esposa, fazer sacrifícios pelo bem-estar dela, e trabalhar para que ela desenvolva todo seu potencial em ser e fazer. Se essa postura ainda pode ser chocante hoje (em que muitos casais só buscam o prazer um com o outro, enquanto mantém suas independências em suas "corridas" particulares, imagina há dois mil anos, em que a mulher realmente vivia só para a vontade do marido).
É muito cômodo lembrar e desdenhar continuamente do que é pedido para a esposa nesse relacionamento (e Stott se preocupa em explicar que submissão é inclusive diferente da obediência que é pedida aos filhos em relação aos pais), mas não considerar o papel do marido.
Embora seja esse o ponto que mais me marcou, o livro é mais do que isso, apresentando todo o ideal da Sociedade de Deus, que foi descrito no livro de Efésios, uma mensagem ainda de esperança no mundo de hoje.
Legal, Taci!
ResponderExcluirOlha, eu não me convenci até hj da atualidade desse comentário de S. Paulo. Para mim, fica sempre a impressão de q ele é válido como aquele trecho em que ele fala sobre como o escravo deve amar e servir seu senhor, ou seja, um olhar cristão sobre um dado histórico. Eu sempre ouço as interpretações, mas sempre fico apreensiva! hahahhaa... Qm sabe um dia alguém me convence... rs...
Teologicamente, pode-se dizer que a mulher foi feita por último, pq ela é mais importante, mais especializada e mais boss! hahahahahah... Adoro esse ponto de vista! hahaha...
Bjinhos
Oi, Paulinha, não quis entrar em mais polêmica ou tentar resumir muito o livro (a graça é lê-lo, claro, se quiser saber mais sobre esse assunto), mas ele também fala sobre a questão de escravidão, e como a abordagem cristã também é diferente da visão da época. Eu já acho que a questão do matrimônio não é cultural não, assim como a relação senhor-escravo pode ser vista na relação chefe-empregado de hoje em dia. Mas super recomendo o livro pq o Stott realmente alonga mais esse assunto e explica melhor do que eu!
ResponderExcluirbjs