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O título "Divórcio em Buda" pode soar muito estranho para quem não sabe, ou não acessar naquele lugar profundo do cérebro que guardou a informação que Buda é uma cidade até que muito conhecida, já que com sua "irmã" Pest, forma Budapeste na Hungria. O autor Sándor Márai me foi indicado pelo pessoal do clube do livro, que leu "As Brasas" e adorou. Curiosa eu já fiquei desde o começo ao ler a obra de um autor que chegou aos 89 anos, passando por tanta coisa, inclusive pelas grandes e frias guerras, e se suicidou.
Sándor Marai parece um artista pintando delicadamente um quadro cheio de detalhes, cores e nuances através da forma que ele descreve os personagens: como eles são, o que eles fazem, e sua história de vida para dar uma visão psicológica completa dos mesmos, especialmente do personagem principal, Kristóf Kömives, um juiz de divórcio.
Isso significa também que, de certa forma, a "história mesmo", o conflito que você sabe que se apresentou na primeira página, só vai começar a "acontecer" lá pela metade do livro, depois da página 70. Parece então que o livro acelera agarrando o leitor com cordas invisíveis que ele só percebe quando já está preso.
Agora é só procurar o resto da obra dele, que não é tão extensa assim, para saber de que material é feito um ótimo autor.