Editora Leya - Capa Ana Carolina Mesquita |
Na orelha do livro, o autor Leandro Narloch já diz que este é uma provocação, "uma pequena coletânea de pesquisas históricas sérias, irritantes e desagradáveis, escolhidas com o objetivo de enfurecer um bom número de cidadãos." E ele cumpre o objetivo com primor, porque mesmo que não se enfurece - como eu - fica bem incomodado com alguns capítulos que levam por terra muito daquilo que é nossa identidade nacional e o que a gente entende como "Brasil".
Alguns fatos reexplicados são bem fáceis de engolir: como o fato da feijoada não ter sido um prato inventado pelos escravos nas senzalas - já que parece mesmo uma adaptação de pratos de feijão e carne como o Cassoulet francês, e que os desfiles de escola de sambas foram criadas por um Getúlio Vargas facista rumo a uma criação de uma identidade nacional bem ordenada - como uma parada nazista tropicalizada. Mas o "outro lado" de histórias como a guerra do Paraguai e da invenção do avião (é, gente, não foi mesmo o Santos Dumont, e isso também vale para o relógio de pulso) são bem mais difíceis de lidar, e fica aquele amargo na boca, de quem se sente enganado por tanto tempo.
Muito mais inesperado é saber que tivemos uma monarquia tão "moderna" e quase republicana e a verdadeira história sobre o Acre (que existe mesmo, dado o tamanho prejú que incorre ao país por sua conta). Já a parte mais politicamente incorreta, num tempo de cotas, é sobre índios e escravidão que deve fazer políticos e humanitários arrancarem os cabelos da cabeça (ou quererem calar o Narloch desesperadamente).
Gostei muito desse livro, que é muito importante para reativar nossa capacidade crítica e lógica ao ver a história do Brasil - lembrando de procurar fatos e não ideologias.
Taci, que engraçado... Ontem me contaram que o pré-sal só será possível graças ao Geisel, que pleiteou o aumento de não sei qtos quilômetros de faixa litorânea para o Brasil! Li o post e lembrei!
ResponderExcluirAh, isso do Santos Dumont eu não acredito! hahahaha... Nem no Acre! hahaha...
Qdo estive em Buenos Aires um africano (acho que era de Moçambique... ou Angola.. acabei esquecendo) interrompeu um americano q estava conversando comigo, falando que eu não era do país do samba, pq o samba tinha sido inventado no país dele!!! O.O
Pode ser, mas como eu já ouvi o Ary Toledo dizer, pai não e quem põe no mundo, e quem cria!!! :D
ExcluirNossa, tem um capítulo só sobre o samba!!! Falando que não existe isso de samba de raiz, criado nos morros cariocas! Que é coisa da burguesia! Fabricada! Ah, e que o compasso do samba de escola de samba, foi inventado para facilitar o desfile...
ResponderExcluirEstou para comprar esse livro há muito tempo mas ainda não consegui. Bom saber que vale a pena que assim vou tentar dar uma apressada nas minhas próximas compras literárias (ainda mais eu, que adoro história).
ResponderExcluirPeguei este livro na mão quando fui para o Brasil, mas acabei não comprando. Comprei o Brasil: uma historia do Eduardo Bueno, que é algo mais classico, eu acho. Ainda não li porque ele não é muito "carregavel" e eu quase não paro em casa, né.
ResponderExcluirO negocio do Santos Dumont eu ja tive que engolir, viu, porque o Santos Dumont é muito admirado por aqui (afinal, foi aqui que o 14bis voou!), mas ninguém o considera como "o" inventor do avião.
Hahahaha... Taci, preciso ler esse livro aí! Puts, todo mundo diz que o samba cresceu nos morros, que era música "de pobre"... é o que dizem os antigos... non sei se é mesmo coisa da burguesia. Os maiores nomes do samba (das antigas) são de gente pobre mesmo, q eu saiba. Fiquei interessada no livro!
ResponderExcluirEmbora seja um livro que acerte em alguns fatos, mesmo já conhecidos de quem conhece um pouco da história do Brasil, a obra é contraditória, porque se propõe avessa à ideologia, ao mesmo tempo em que prega conceitos ideológicos fascista, racista e imperialista. De cara o livro nos deixa a impressão de que o culpado pela dizimação da população indígena nas Américas é o próprio índio e de que o responsável pela escravidão no Brasil foram os Negros. Isso é ridículo e falacioso. E o que dizer da tese ali exposta de que, se os europeus não descobrissem estas terras, os próprios índios se dizimariam. É demais. Afora tudo isso, vem a tona a velha concepção preconceituosa anti-nortista de que os estados brasileiros deficitários deveriam ser entregue ou vendidos ao estrangeiro, e cita como exemplo o Acre, Rondônia, Roraima e Alagoas. Por essas e outras, ainda assim, recomenda-se a leitura do livro, para termos a noção de como uma boa idéia, na cabeça de um troglodita, pode resultar uma pérola de chatice e mau gosto.
ResponderExcluirO livro foi escrito apenas para agradar um público que pensa como o leitor. Assim como Deixados para Trás foi escrito porque havia muitos pré-milenistas no meio evangélico.
ResponderExcluirEle fala do Gilberto Freire, conheci-o pessoalmente, o que escreveu do ex-batista é tão grave, por ser mentira, que se fosse filho, o processava.
Não é um livro escrito por um historiador, mas um jornalista e jornalista, todo mundo sabe, é formado em generalidades.
O Mauricio tem toda razão.
Abraço.
Taciana,
ResponderExcluirserá q vc não pretende ler o "Guia politicamente incorreto da Filosofia"?
Estou mto afim de lê-lo, mas não sei se é perda de tempo.. queria a opinião de uma pessoa mais gabaritada!! rs
E ótimo trabalho feito no seu blog!!
Turra.
Gosto de ter comentários aqui no blog sobre outros pontos de vista - principalmente numa obra como essa que é de um conhecimento específico (história) para o público geral.
ResponderExcluirE aguardem para breve sobre o Guia Politicamente Incorreto da Filosofia, já está na minha prateleira, autografado pelo autor!
Muito interessante o que ele escreve sobre Zumbi e a sua parcela de culpa em relação a destruição de Palmares, mostrando a face anti-herói deste polêmico personagem.
ResponderExcluirJá dizia Napoleão Bonaparte: 'A história é só um conjunto de mentiras sobre as quais se chegou a um acordo'.
ResponderExcluirOs fanáticos esquerdistas dizem que o livro Guia Politicamente Incorreto é 'tendencioso'. Tendencioso? Para cada pilha de 300 livros politicamente corretos sai um como esse de Narloch. Parece que o texto 'politicamente incorreto' é aquele sem licença poética.
E sobre os 'historiadores': O curso de história,no Brasil,é um curso com nota de corte baixíssima,a pessoa que entra lá tem grande probabilidade de sair mais burra do que já entrou e,em menos de seis meses,pode até virar comunista; aí o compromisso é com a revolução,a verdade que se dane. Exatamente como fizeram milhares e milhares de 'jornalistas', que ignoraram a impossibilidade de imprensa livre no leste europeu e lambem o marxismo-leninismo até hoje.
Todas as passagens dos 'guias politicamente incorretos' são referenciadas com fontes e contextos históricos. Diminuir a importância desses livros pelo fato dos autores não serem historiadores tem nome: vigarice intelectual.
Corretissimo !!!
Excluir