Editora Dell - Capa Jonh Fontana |
Assim como o último livro que eu li do John Grisham, The Chamber, este também é um pocket, em inglês, da Debô e principalmente, o assunto principal é a pena de morte.
Na história, estamos a cinco dias da execução de um jovem, quase uma década depois do crime pelo qual foi condenado (uma garota que sumiu, provavelmente assassinada). Em outro estado, um pastor recebe a visita de um preso em condicional confessando o crime pelo qual o outro - então inocente - será executado. A partir daí a trama corre para ver se é possível parar o sistema judiciário com a confissão do verdadeiro assassino.
Há vários complicadores na trama:
1) O jovem inocente que foi acusado é negro no Texas - ou seja, num lugar cheio de preconceitos, a cidade torna a execução uma batalha racista com direito a passeatas na rua e incêndios de carros e igrejas;
2) O corpo da garota assassinada nunca foi encontrado - todo o julgamento se baseia numa confissão arrancada a força do jovem, depois de muita pressão psicológica (ele diz que acreditava que eventualmente iam descobrir o verdadeiro culpado, por isso que aceitou "confessar");
3) Há muitos loucos de última hora nesses casos, então como provar que o cara que está confessando a verdade agora (porque está doente terminal e resolveu se sentir culpado pela execução do outro) não é mais um desses doidos querendo atenção?
4) A mãe da garota assassinada é uma cristã que pede e luta por justiça e isso significa sim a execução daquele que foi condenado pelo crime.
Eu não sou especialista em política e justiça norte-americana, mas o que dá para entender desses livros é que os maiores defensores da pena de morte são brancos e cristãos, a extrema direita que nós não vemos com tanta proeminência aqui no Brasil petista-social-democrata. O ponto de vista do narrador é extremamente parcial, ou seja, a ótica na qual a mãe da vítima é apresentada é totalmente negativa, mas ele cita que um dos argumentos citados é que Deus disse "não matarás", mas há uma exceção aberta para o "Estado".
O ponto é que, se a sua teologia não é deturpada pela condição social que você quer manter, o "não matarás" não tem exceção. O que existia - e continua existindo - é o coração endurecido do homem, que não sabe amar o próximo, não sabe conviver em paz, não sabe servir a Deus, então justifica ações injustificáveis com teorias que podem vir de qualquer lugar, menos da Bíblia. É impossível ler os evangelhos, ver o que Jesus Cristo disse e veio fazer e achar sinceramente que esse Deus considera a pena de morte como algo adequado e aceitável. Isso é o que mais me entristece.
é, cherie, o próprio Jesus foi vítima da pena de morte... Isso por si só já deveria ser suficiente pra qualquer cristão se repudiar com essa ideia...
ResponderExcluirEu acho que eu tenho um do Grisham onde ninguém morre... Vou procurar p vc..
ResponderExcluirBeijos, Débo
Sobre pena de morte, tem uma frase de "O senhor dos anéis" em que o Gandalf diz para o Frodo (não lembro exatamente, mas é mais ou menos assim):
ResponderExcluir"Nem todos que vivem devem viver e nem todos que morrem devem morrer. Você pode dar de volta a vida dos que faleceram injustamente? Não? Então não julgue desta maneira".
Posso não comentar em todos os posts, mas leio tudo que vc posta e adoro seu blog, é maravilhoso!
Feliz Natal!
Bjus!