Eu descobri esses dois livros porque sim, eu leio o livro que a pessoa do meu lado está lendo no trem. É uma leitura dinâmica, discreta, só da parte "visível" no meu ângulo, mas vale a pena: para saber do que se trata aquele best seller e para descobrir coisas novas, como esses dois livros.
Eu comecei a ler o livro da moça, e achei muito interessante, era alguém contando uma história para outra, como se fosse uma carta, com vocativos e comentários. É como se você lesse a conversa de alguém, muito íntimo. Conquistou-me na hora.
Quando a pessoa levantou para ir embora, eu fiz uma pequena ginástica e li a capa do livro: "La Suma de los Días", e bastou uma pesquisa na internet para descobrir que era escrito por Isabel Allende, e a continuação do livro "Paula". Esse, por sua vez, foi o livro que ela escreveu para a filha, quando ela estava em coma por causa de uma doença chamada porfiria (a qual, curiosamente, é associada aos mitos dos vampiros e lobisomens).
O primeiro livro foi publicado em 1995, e são as memórias de Isabel, da vida de toda sua família ao mesmo tempo que ela fala sobre a situação "atual", a doença da filha e o convívio com os médicos e o próprio tratamento. É um diário de uma saga, embora trate de 3 gerações da família, não perde o tom coloquial de uma conversa entre a mãe e a filha, talvez ali numa mesa de cozinha, ao mesmo tempo que tem a dor da Isabel por sua filha que está inconsciente (e não sabe como irá voltar, se voltar). O segundo livro, com esse título poético de A soma dos dias, foi publicado em 2007, e as memórias continuam a partir do ponto em que pararam em Paula.
Eu aproveitei e li os dois seguidos, que a minha amiga Fér trouxe de uma de suas viagens a Argentina - livros lá são bem mais baratos e o espanhol da Isabel Allende é bem fácil de ler. Fácil só de ler, porque em alguns momentos, você pode chorar...