28 de fevereiro de 2011

Moacyr Scliar


O fato é que ninguém nasce escritor, mas certamente pode-se morrer escritor. Ok, acredito em dons natos para a literatura, mas o que eu quis dizer aqui é que não sabemos as obras e os textos que uma pessoa vai escrever quando nasce, só quando ela morre.

(Tudo isso só para o blog não ficar muito mórbido com essas notas de falecimento.)

Como vocês acompanharam no noticiário, entre BBBs e Oscars, morreu ontem Moacyr Scliar, autor do Rio Grande do Sul, membro da Academia Brasileira de Letras (candidatos??). Pela minha pesquisa básica pela internet, ele passeou por diversos gêneros literários como crônicas, contos, romances, livros infantis, ensaios, e até rolou adaptações ao cinema. (Para mais detalhes, visite você mesmo a wikipedia.) 

Contudo, eu só confirmei o que eu desconfiava: nunca li um livro dele. O que eu cheguei mais perto foi A vida de Pi, que disseram que era plágio do livro dele Max e os Felinos (veja o link para o meu comentário sobre o primeiro).

Então eu pergunto, senhores, quem já leu um livro do Moacyr Scliar? Recomenda?

22 de fevereiro de 2011

Vacaciones

Fonte: Ana Paula Barbi
Esse livro foi uma indicação ótima das garotas do Rodas de Notapé - através desse post aqui. O mais interessante é que ele pode ser baixado em pdf na internet pelo (atual) site da autora, Ana Paula Barbi: Ratito Mamita, o que eu fiz rapidamente - da web para o notebook, do note para o kindle.

Vacaciones (a arte de se divertir sempre que possível, ou como não levar a vida) é um livro composto por trechos do blog da Polly no período de 2004 e 2008, editado por uma turma de Produção Editorial da UFRJ. Nesse período, dos 21 aos 24 anos, ela morou em várias cidades do país, sempre com dinheiro curto e postando com muita sagacidade e bom humor o que acontecia na sua vida ou como ela estava se sentindo, com uma linguagem coloquial, como uma conversa mesmo (adorei os posts em que ela realmente transcreve diálogos com o amigo Didi, você vê tudo acontecendo!)

Realmente é um livro muito divertido, e inacreditável em alguns momentos. Mais inacreditável ainda se a sua vida é completamente diferente da dela, como a minha. Alguns trechos são chocantes seja pelo que ela viveu (imagina pedir carona para caminhoneiro e dar um jeito de não ser estuprada), pela linguagem (palavrões e algumas obscenidades, censura +/- 16 anos) ou pelas suas opiniões ácidas e sua filosofia de vida. No entanto, ela faz isso de uma maneira sarcástica, o que não deixa outra saída além de dar risada.

Os posts são cheios de referências pop e culturais recentes, e isso, juntamente com pertencer a mesma faixa etária da Ana Paula, aproxima muito o leitor jovem. Eu gostei de ver também que ela adora ler! E mesmo nos momentos mais complicados, ela sempre tinha seus livros.

Ela é do tipo de pessoa que você quer conhecer e parece acessível, certo? Então, quando eu acabei o livro hoje de manhã me perguntei: por que não? Como internet ajuda na cara de pau e email é de graça, eu enviei um para ela, para saber como andas, na maior camaradagem. O máximo que ela ia fazer era não responder, certo? Errado! Ela respondeu super rápido e eu fique super feliz de apresentar a primeira (mini) entrevista com o próprio autor nesse blog:

LNS: Atualmente, a sua única participação na internet é o site "Te dou um dado?"? O que você anda fazendo da vida?


Polly: Escrevo no TDUD? e para a Burn também. E é isso ae que to fazendo da vida.

LNS: No livro Vacaciones, assim que tudo fica bem, no período de 2006 - 2007 em São Paulo, você escreve menos no blog. Você acha que faz mais sentido escrever quando está se sentindo mal ou deprimida ou passando por algum problema? Compartilhar isso é mais fácil do que compartilhar alegrias?

Polly: Acho que não é questão de ser mais fácil compartilhar tristeza, mas de não ter mais a necessidade de compartilhar nada. Naquela época eu não tinha nem computador em casa, então se acontecia alguma coisa eu escrevia num papel e depois ia em alguma internet de graça postar. Hoje em dia se acontece alguma coisa eu twitto, sabe? Não vejo mais muito sentido em continuar tendo blog ~~~pessoal~~~

LNS: Se for verdade que você acha mais fácil escrever quando está "sofrendo", e o seu blog atual Ratito Mamita teve a última entrada em janeiro de 2010, a sua vida está muito-boa-obrigada agora?

Polly: tá bem boa sim, não tenho nada pra reclamar não, haha.

____________

Que ótimo para ela, né? Eu espero que ela continue escrevendo por aí, pois é algo que ela faz muito bem!

Bom, usando o kindle, eu postei alguns trechos pelo twitter:


Eu até tentei postar alguns outros, mas deu erro... De qualquer forma, o livro está aí inteirinho para vocês lerem e relerem, muito recomendo!! O site pede uma doação - legal, neám?

A Polly, quando o perrengue apertava, publicava o número da conta corrente e pedia doações - para comprar passagem, para ter onde dormir, para ir num show no aniversário dela. E o pessoal ajudava! Será que a boa vontade via web continua?

19 de fevereiro de 2011

Seus pontos fracos

Esse é um livro clássico de auto-ajuda, mas já que foi muito bem recomendado e emprestado por uma amiga querida, eu resolvi ler.

Ele fala de pontos fracos que todo mundo tem, pelo menos um, em graus menores ou maiores - como preocupação, ansiedade, culpa, procrastinação, ira (raiva), ciúme, medo, dependência, etc. O foco do tal dr. Wayne W. Dier são nos casos extremos mesmo, quando a pessoa se incomoda porque aquele sentimento paralisa e limita a vida.

A didática dele é simples: ele explica a questão, fala das vantagens de ter aquele comportamento (ex: se você se sente culpado por um monte de coisa, é sempre a vítima, o coitadinho, as pessoas sentem dó de você e tratam-na bem), as possíveis origens (geralmente a educação dos pais, claro), e o que fazer para superar isso.

Veja bem, algumas dicas e alguns insigths são interessantes, a minha amiga mesmo disse que já a ajudou em algumas situações assim como a mim mesma (mas eu recebi as dicas de outra fonte, um tempo atrás). Mas a filosofia do cara não bate com a minha de jeito nenhum! A começar da definição de "amor": "amar é deixar a pessoa ser o que ela escolher ser". Ahn?

E dicas muito construtivas do tipo: ah, vc se preocupa com dinheiro? A vida é só uma, dura muito pouco perto dos milhares de anos da humanidade, é melhor vc sair e gastar tudo o que vc tiver, sem medida. Ou não seja ciumento e dependente, casamento são duas pessoas que convivem, e que aceitam as escolhas do outro, então cada um tem que ter suas atividades, e viver independentemente (Ok, sou super a favor de haver uma certa indepedência para sair com seus amigos, escolher seus hobbies, mas o cara apela). Para criar filhos independentes e seguros, é bom desde cedo tratá-los como amigos, e respeitar as suas vontades e escolhas. Se eles não querem arrumar a cama, é uma escolha deles, amá-los é deixar que façam isso. No quarto deles, deve haver privacidade, é melhor não interferir. Sério, eu não consigo pensar em tratar assim crianças de 4, 6 anos de idade, deixando livres dessa maneira!

Ah, e a melhor dica - o marido trai a mulher e sente culpa por isso, por manter uma amante. Mas não se resolve com quem ficar. O doutor sugere que talvez o sistema moral do cara na verdade aceita esse tipo de situação (ter esposa e amante) - não há certos e errados absolutos - então é melhor ele simplesmente se aceitar e parar de sentir culpa. Gostaria de saber se o sistema moral da senhora esposa do indivíduo e também vai concordar com isso!

Bom, eu simplemente não consigo compreender esse tipo de raciocínio então não gostei do livro, mas confesso que algumas dicas podem ser úteis para algumas pessoas que sofrem com essas angústias e problemas emocionais. Mas podem existir fontes melhores para chegar até esses pontos - sugiro o livro Inteligência Emocional de Daniel Coleman, por exemplo. 

15 de fevereiro de 2011

Cega

Editora Record - Capa Marcelo Martinez
Esse livro é um romance policial, daqueles meio gordos, mas que você lê de uma tacada só. Eu demorei dois dias, aproveitando todo tempo livro possível, porque suspense realmente não dá para esperar muito para saber o final, não é?

O livro começa logo com a dra. Sara Linton descobrindo uma mulher quase morta no banheiro de uma cidadezinha do interior da Georgia. Quase morta é praticamente um eufemismo, porque a narração é bem explícita para contar detalhes fortes sobre o sangue pingando, cortes, machucados e etc. E o fato da tal doutora ser a legista encarregada das autópsias só ajuda nesse aspecto - mais detalhes horripilantes. (Detalhe: a Sara é pediatra, mas faz bico de legista - para não se entendiar só cuidando de inflamação de ouvido). Completando, o ex-marido é o delegado da cidade, aparece uma segunda mulher desaparecida e depois quase morta, a polícia local começa a procurar o serial killer. A história é rápida, passa-se em mais ou menos uma semana, com direito a segredos do passado e desejo de vingança da irmã da tal mulher morta que é investigadora.

O livro fala com muitos detalhes descritivos de violência sexual e física, o que me deixou muito impressionada. Realmente não sou do tipo que "curte" isso (se é que há alguém "são" que goste). Para mim, era quase uma questão de fechar os olhos até passar a cena, se fosse possível. A história é bem articulada, mas achei meio fraca do ponto de vista "CSI", o que é facilmente justificada considerando que são um bando de caipiras do interior procurando um monstro. Com certeza, a Cláu pode criticar melhor esse livro, já que ela gosta de assuntos relacionados a perfis (profiles) de criminosos e companhia ilimitada. A autora Karin Slaughter ainda escreveu outros livros com a mesma médica, na mesma cidadezinha fictícia Grant County - que se existir com tantos crimes assim, ninguém mais vai querer morar lá. Eu considero um entretenimento rápido, para descansar a mente que eu estava precisando.

Só para constar uma curiosidade, o livro cita duas leis interessantes no estado da Geórgia, EUA: uma assistente social é encarregada de ligar todos os anos para as vítimas de abusos sexuais para informá-las da situação do criminoso, se continua preso, se está em condicional, onde mora e tal. A outra é a da 3a infração: depois da 3a vez que ele for considerado culpado (seja algo grande ou pequeno), o bandido nunca mais sai da cadeia.

Agradeço a biblioteca FJGAH, localizada em Vinhedo, sempre com uma coleção variada disponível... Você está longe, fér, mas a gente aproveita!

11 de fevereiro de 2011

Kindle!

Fonte: Amazon
 Sim, pessoas, eu sou a feliz proprietária de um Kindle, o dispositivo eletrônico da Amazon, também chamado de leitor eletrônico ou e-reader.
Eba!!!
Tudo isso graças ao meu marido que consentiu com o investimento (hihihi) e com os queridos amigos Botelhos que trouxeram dos States - muito obrigada mesmo!
Como tem muita coisa para falar, vou escrever em tópicos mesmo, como boa engenheira.

- Antes de comprar, eu vi o do meu amigo Leo, e gostei. Assim que eu ganhei, eu gostei também. E, 3 semanas depois, ainda tenho certeza que foi um ótimo investimento. Sim, pessoas, recomendo! (Mas leia até o final, ou pule até o último parágrafo.)

- Ele é muito ergonômico de usar, do tamanho de um pocket praticamente, mas bem fino e denso. Tem 250g, o que parece pouco, mas é mais do que um livro normal.

- É ótimo ler um livro feito para ele: você pode trocar o tamanho e o tipo da letra, pode fazer ele ler para você (com voz de homem ou mulher), pode adicionar um marcador (que é como se dobrasse um cantinho da página), pode grifar trechos e escrever notas. Ele não tem número de páginas, mas um "localizador", mesmo se você mudar as configurações (aumentando ou diminuindo a letra, por exemplo), o localizador permanece no mesmo lugar, claro. Ele tem 2 botões de cada lado para passar a página para frente ou para trás. Super simples e rápido.

- Ele vem com um dicionário integrado de inglês-inglês, é só selecionar a palavra no texto, e ele acha no dicionário, e mostra as 2 primeiras linhas da definição, sem nem sair da página do livro (como se fosse um rodapé), super prático e útil.

- É bom para ler pdf (bem melhor do que num computador, claro), mas possui algumas restrições: ele faz caber uma página inteira na tela, o que deixa a letra bem pequena. A quantidade de zoom é limitada, então ao colocar 150%, ele come um pedaço do texto. A maneira mais fácil que eu encontrei foi girar a tela e ler de lado - o texto fica com um tamanho razoável e a leitura é confortável.

- Eu peguei com a opção de 3G, ou seja, tenho acesso a internet direto. Não me pergunta quanto custa ou a operadora. A Amazon não me cobrou nada, e pega bem em vários lugares da cidade de são paulo. Dá para entrar na kindle store, (feita especialmente, não é como a página da internet), buscar o livro que quiser, comprar (eles já tem o cadastro do cartão de crédito) e em alguns minutos, o livro é recebido diretamente no kindle. Fantástico e uma perdição.

- Dá para mandar um email com arquivos anexados para o seu kindle. Aí sim há uma cobrança: se usar a rede 3G, é US$ 0.99 por Mb. Se usar uma rede wi-fi, é de graça. Se o arquivo for compatível (tipo pdf), vai direto. Se mandar outro arquivo e eles forem converter para algo compatível, aí cobra, mas eu não sei o quanto.

- Eles tem um browser experimental, ou seja, com recursos bem limitados. Dá para entrar no twitter, no e-mail, em sites de notícias, mas não é lá muito rápido, não tem boa usabilidade, e vai "manchando" a tela. Ou seja, não é mesmo feito para isso. Só que é de graça - ou seja, dá para o gasto e é mais do que suficiente para mim que realmente não faz questão de ter um celular high tech para acessar a mesma funcionalidade.

- Ele pode integrar-se com o Twitter e você publica na hora (via 3G ou wi-fi) a nota ou o trecho grifado do livro que está lendo.

- Realmente não gasta muita bateria e recarrega super rápido, mas ele gasta mais quando o 3G está ligado, então eu desligo sempre que não estou usando.

- A Amazon tem muitas opções de livros em inglês, e os preços são razoáveis, como de um pocket: 12 dólares, por aí. Os clássicos tem o preço da taxa de transferência, já que não tem mais direito autoral. Livros em português são bem poucos, como Paulo Coelho e Machado de Assim. Infelizmente, os livros vendidos por Livraria Cultura e Saraiva não são compatíveis com o kindle, a Amazon protegeu o formato compatível. No entanto, na pesquisa rápida que eu fiz nessas lojas, os livros em português estão caros ainda! Quase o preço do livro em papel (por exemplo, livros do Veríssimo). Então, fiquei feliz de não ter comprado um leitor digital vendido aqui e compatível com eles. Eu gosto de livros emprestados e livros baratos, hahahaha.

- A fama é que o Kindle é o melhor da categoria, o pioneiro, o com mais tecnologia, mas eu realmente não testei outros. Lembro de ter visto muito rapidamente na  Bienal do ano passado, mas o que eu lembro é que o contrates não era tão bom quanto o que eu vejo no kindle agora. E sim, ele foi mais barato do que os vendidos aqui, como esperado.

- O que eu achei caro é a capinha de couro mais básica que eu achei na Amazon para colocá-lo, mas é muito útil para proteger o brinquedo e dar migué de agenda, veja a fotinho a seguir.

Fonte: Amazon
- Eu estou carregando ele por aí, com medo claro de ser assaltada, mas Deus que me ajude, porque assalto pode acontecer por qualquer besteira e há coisas bem piores...

Para quem chegou ou pulou até aqui, eu recomendo mas para não gastar dinheiro a toa, veja se você gosta de ler bastante (porque para isso que é feito). É muito útil para mim, que não conseguia ler no computador, costumava imprimir folhas e mais folhas de documentos até no trabalho (mesmo com 4 páginas por folha, frente e verso, era muita coisa! O kindle é muito mais sustentável). Se for para comprar o kindle, tem que ler em inglês com uma certa fluência, porque as opções em português são limitadas. Rola sim ler pdf, mas não é como ler um livro no formato específico. Não é feito para navegar na internet! Pronto. Acho que é isso. Se quiserem fazer perguntas específicas, fiquem a vontade!!!

7 de fevereiro de 2011

Lord of the flies

Eu esbarrei nesse livro com título diferente, Senhor das Moscas, pelo menos umas duas vezes na vida - inclusive por um ilustre desconhecido que o sugeriu, admirado pelo meu gosto por leitura (ao ler num ônibus em pé, em movimento).
Assim, ao receber meu admirável-brinquedo-novo, o kindle (que receberá um post especialmente em breve), foi o livro que eu procurei para comprar.

A história basicamente é de um avião que cai numa ilha, onde os únicos sobreviventes são meninos, na faixa de 6 a 12 anos. Enquanto a maioria pensa que tudo é brincadeira, e se empaturra de frutas para, ato contínuo, ter diárreia, alguns tentam organizar uma "sociedade". Há dois focos principais: manter um fogo aceso para ter um sinal para serem resgatados e matar um porco e comer carne. Eu achei muuuuuuito parecido com Lost, aparece até um monstro!

A princípio, eu achei que seria interessante - como crianças se organizariam sozinhas, mas o livro vai por uma tendência mais bruta e selvagem. É de impressionar realmente. Com certeza dá um debate sobre a maldade humana (conceito no que eu acredito, mas sempre me assombra).

Depois de terminar de ler, fui ver o resumo da wikipedia: se trata de alegoria, e há várias simbologias que eu de certo não compreendi na hora. Mas o autor, William Golding, não podia ganhar um Nobel a toa. (Se você for ler o livro, não leia a wikipedia - os acontecimentos surpresas são mais legais - eu não contei muita coisa - e o estudo sociólogico / antropológico que é importante).

Vale comentar que é um inglês meio difícil, e uma narrativa bem descritiva (principalmente de paisagens), com alguns saltos nos acontecimentos. Ou seja, exige um cérebro bem atento e alerta para não perder um detalhe e de repente ficar perdido (aconteceu comigo e eu tive que voltar várias vezes, hahahahaha).

Para quem se interessa por livros sobre crises e Literatura assim, com Nobel.

1 de fevereiro de 2011

Depois que você foi embora

Editora Record - Capa Mauritius
Esse livro da Maggie O'Farrell tem muitos dos itens que garantem a minha alegria ao ler um livro: uma história emocionante, personagens cativantes, uma prosa bem feita, tão envolvente que não dá vontade de largar (eu li praticamente em 2 dias).
No começo da história, somos apresentados a Alice, uma mulher jovem, que está incomodada e deprimida, e é atropelada - foi um acidente? Ou ela se jogou na frente do carro? Essa parte da história é entremeada por cenas do passado, de quando ela era criança, da juventude da sua mãe, ou da sua vó. Como uma colcha de retalhos, vamos conhecendo detalhes da vida e da família dela, construindo a identidade de Alice aos poucos, descobrindo sua alma.
Lá pelas tantas, você conhece John, o marido de Alice, mas o que será que aconteceu com ele? Porque eles não estão juntos? E nisso o livro pega o leitor... Ou mais especificamene, a leitora. É um drama mesmo, um romance, e acho que as garotas vão gostar mais do que os garotos, não sei...

Para o momento reflexivo deste post, sobre vocabulário de relacionamento e tradução:

"Alice é minha namorada, diz a si mesmo. Minha nova namorada. As palavras para explicar tipos de relacionamento deixam-no frustrado. Detesta a expressão: "estamos saindo juntos". "Namorada" parece coisa de adolescente, uma palavra inadequada. Como dizer então? "Amante" é um pouco forte para uma linguagem corriqueira, fica parecendo que eles têm alguma coisa a esconder. "Amiga especial", pior ainda! Nenhuma dessas expressões serve, porque o que ele realmente quer dizer para si mesmo e para todos é..."

Provavelmente, o que foi traduzido como "namorada" é o tal do "girlfriend", que literalmente é o "amiga menina", que parece adolescente mesmo, não? "Amante" deve ser o "lover", e "special friend", amiga especial, deve ser uma expressão politicamente correta e não muito íntima para falar para outra pessoa... (Aceito sugestões nessa tradução inversa).
O interessante é que, em português, não acredito que "namorada" seja tão adolescente como "girlfriend" é, então o pensamento do personagem fica um pouco deslocado. Ou não?

Certeza é que vou procurar outros livros dessa autora - esse eu comprei num sebo e já foi emprestado para várias pessoas, como minha mãe e irmã. Quero sabe também a opinião de vocês, família, comentem aí!