Para começar o ano bem, resolvi atender o pedido da minha amiga Ania e ler esse livro que ela me emprestou. O título não ajuda muito, porque como outra amiga que me vi lendo disse, parece título de auto-ajuda. Mas é um problema de tradução realmente, porque no original em francês ele chama "La Consolante", ou A Consoladora. Com esse título, você veria que o foco da história não é que o personagem principal fique feliz no final, mas esmiuçar as características da Consoladora em questão.
O livro é francês, então tende a ser mais profundo, discutir a existência, o sentido da vida e tal. (Bom, para mim, isso é o que praticamente define a literatura francesa). Mas depois que você se acostuma com a narrativa um pouco diferente, ele é bem legal.
Digo que a narrativa é diferente, para não dizer estranha, porque o texto se alterna com a visão do personagem principal, Charles Balanda, como se estivesse dentro da cabeça dele, lendo seus pensamentos e a narração em 3a pessoa onisciente e um pouco intrometida (o que eu adoro. Não é ótimo ler um livro que o narrador de repente comenta que "vamos deixar essa personagem aí porque ela não vai aparecer mais"??? hahahaha).
Outro ponto interessante é o jeito de narrar o nada - sabe quando não tem diálogo e passa um tempão? Ao invés de resumir, a autora cita com várias orações curtas "tudo" que está acontecendo: o passarinho que passa, o barulho do ônibus, o levantar de Charles, ele titubeia, ele vira o pescoço, vê a mulher, a mulher anda, ele sente o cheiro, ele decide ir até ela. Como se fosse uma descrição sem adjetivos. É ótimo porque você vê a cena, tudo que está acontecendo, o cenário fica rico, como num filme ao invés de num teatro em que tudo é cenário e o pano preto ao fundo.
Eu gostei muito de ler esse livro, e recomendo. Francês, mas simples e envolvente, hahahaha. (Fér, pode xingar).
Pessoal, gostei muito do retorno no último post, 20-30 livros é bastante coisa! Espero que vocês me ajudem com recomendações também em 2011. Obrigada!
Taciana,
ResponderExcluirque bom que os posts retornaram!
hahahaha.. achei engraçado "é francês, mas é envolvente"... qdo eu acho algum filme francês legal eu tb falo algo do gênero "é francês, mas é legal"! Hahahahah...
Tb gosto da riqueza de detalhes, pq dá um ar de filme. Isso é muy rico! Heheheh...
bjs
Oi Taci!
ResponderExcluirNooossa, eu juro, JU-RO que peguei esse livro na mão na FNAC outro dia para comprar e mandar para você, hehehe. Adoro Anna Gavalda. Tem um outro dela la em Vinhedo (Ensemble, c'est tout), se você quiser eu peço para minha mãe separar para você (a Lari precisa passar la em casa para pegar o presente do amigo secreto).
Agora, esse negocio de literatura francesa ser profunda, varia, viu. Dois dos autores franceses que mais vendem livro hoje em dia são o Marc Levy e o Guillaume Musso, e o que eles escrevem não é nada naaaaaada profundo.
Beijinhos!!!
Olá Taciana!
ResponderExcluirCostumo sempre ver alguns filmes franceses, tem sempre um ritmo mais lento... mais introspectivo... nunca li nenhum livro de lá, mas imagino que seja nesse mesmo caminho dos filmes rs...
obrigada pela dica! vou procurar conhecê-lo!
beijos
Taciana, parece bem bacana! Verei se começo bem o ano e leio! Bjs
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