Este livro é diferente já no primeiro parágrafo:
"A primeira coisa que eu posso dizer para vocês é que a gente morava no sexto andar por escada e que pra Madame Rosa, com aqueles quilos todos que carregava com ela e somente duas pernas, aquilo era uma verdadeira fonte de vida cotidiana, com todas as preocupações e sofrimentos. Ela sempre lembrava a gente disso, sempre que não estivesse reclamando de outra coisa, pois era igualmente judia. Não andava bem de saúde ainda por cima eposso lhes dizer também, desde o começo, que era uma mulher que merecia um elevador."
Quem conta a história é Momô, ou Maomé, filho de prostituta que é criada pela Madame Rosa, ex-mulher da vida, que cuida das crianças para que elas não sejam levadas pelo serviço social - e devidamente paga para tanto. Eles moram num suburbio em Paris e aí está uma vida muito menos glamourosa do que imaginamos na cidade luz.
Contada dessa forma infantil, sem uma educação propriamente dita, vamos vendo a vida através dos olhos de Momô, como uma colcha de recorte do que ele vê e o que os adultos dizem.
Além dessa prosa não convencional, que nos leva a pensar fora do óbvio, a história é muito bonita e sensível.
Não sei se esse livro é fácil de encontrar, a edição que eu li - essa da figura autografada pelo autor! (Emile Ajar é um pseudônimo de Romain Gary) - é de mais de 20 anos atrás. Quem me emprestou, é a querida Vivi, que era bem novinha quando ganhou esse livro. Quem encontrar, não deixe de ler.
Achei esse livro num sebo há uns 20 anos. Já li três vezes e recomendo a todos. É um dos melhores que conheço desse estilo. Quase na mesma linha existe a obra da escritora húngara Agota Kristof, numa trilogia (Um Caderno e Tanto, A Terceira Mentira e A Prova). Abraço.
ResponderExcluirBom dia Lukas.
ExcluirMoro em Porto Alegre e estou a procura desse livro, mas não acho.
Podes me ajudar, quero comprar, ler emprestado, enfim qq coisa, mas quero lê-lo.
Podes me auxiliar?
Meu e-mail é aneleh_2009@hotmail.com
Obrigada