1 de setembro de 2010

Gulliver's Travels


Quem não conhece as Viagens de Gulliver?

Todo mundo.

Se você lembra claramente da história do Gulliver (homem ou gigante) que chega em Liliput, terra dos homens pequenininhos, e é preso por eles (como mostra a capa do livro), e acha que essa é a história do Gulliver, enganou-se, assim como eu.

Vou contar a história, mas é spoiler total - se você se interessar por ler o livro, os detalhes vão valer a pena, o objetivo aqui é só cultura geral (ou "informações para falar de um livro que você não leu").

Para começar, o livro tem 4 partes, ou seja, são 4 viagens que se estendem por 16 anos, nos lugares mais diferentes e bizarros - nunca dantes visitados por um homem. A narração é feita em 1a pessoa como se tudo fosse verdade mesmo.

Como é que ele conhece tantos lugares desconhecidos?

3 naufrágios.

Na 4a viagem, para não ter outro naufrágio (como se 3 não fossem forcação de barra suficiente), a solução foi um motim da tripulação que abandonou o capitão Gulliver numa ilha desconhecida.

As quatro viagens são:

1) Liliput: com os homens do tamanho de um polegar, que dominam Gulliver. É lá que o povo discute com os vizinhos (Blesfucu) sobre qual lado se deve quebrar um ovo. Ele passa vários meses ali, com esses miúdos o alimentando e vestindo, inclusive. Sobre essa parte, que vai ser o filme Viagens de Gulliver que estreiará no final do ano com Jack Black.

2) Brobdingnag: terra dos gigantes (agora é o Gulliver que é do tamanho de um polegar), ele é primeiro apresentado com uma atração de feira em feira, e depois fica na corte real como "mascote" do rei.

3) Laputa: uma ilha "voadora" com adamantio na base - ela é navegada por um super imã, pelo rei. O povo tem um olho para cima (no céu) e um para baixo (chão), e só falam de astronomia e música. O resto do "país" está no "chão", Lagado, em que a população vive na miséria porque só se importa com descobertas científicas bizarras, por exemplo, como fazer uma máquina para transformar cocô em comida de novo. Nessa viagem, ele vai também para um país (Glubbdubdrib) que o rei é necromante, e conjura espíritos para serví-lo por 24 horas. Ele deixa o Gulliver chamar todos os mortos notáveis que ele quer, o que inclui reis, filósofos da antiguidade e do renascimento e coloca eles para conversarem - estranho. O próximo lugar, Luggnagg, tem alguns seres imortais, nascidos assim - e o Gulliver se empolgou todo com a possibilidade de ter a vida toda para estudar e se tornar a pessoa mais sábia de todas - mas essa mortalidade ocorre depois de todo o processo de envelhecimento normal, ou seja, é uma imortalidade com um corpo decadente, problemas de memória e raciocínio... Nada muito atraente.

4) O último lugar é o mais bizarro: terra dos Houyhnhnms e dos Yahoos. Os primeiros são cavalos racionais - altamente virtuosos, racionais, com várias regras de convivência, como por exemplo - cada casal só tem um filho de cada sexo. Se tem 2 fêmeas, troca com alguém que tem dois machos, para manter a população constante. Os yahoos são seres muito parecidos com homens, mas totalmente irracionais e selvagens - tanto que eles servem os tais cavalos.

Sobre o Gulliver, ele é um médico obcecado com viagens, ele larga a mulher e os filhos e vai para essas longas viagens de navio, para ganhar dinheiro e conhecer novos lugares. Gulliver diz que tem facilidade para idiomas, por isso que toda vez que ele chega num lugar, ele aprende a se comunicar com os seres (sim, até linguagem de relinchos de cavalos).

O livro, ao apresentar tantas sociedades diferentes, e comparando com a Inglaterra (pela visão do viajante) é muitas vezes uma crítica a humanidade em geral. Então os detalhes realmente que são interessantes, e tornam o livro um clássico - mas não divertido, porque tudo é muito sério. Eu particularmente, achei um pouco enfadonho porque o tal do Gulliver é um chato pedante - sempre muito culto e conhecedor de tudo, muito rápido para aprender línguas, e para julgar qualquer outro ser e a si mesmo.

A quem quiser, o livro é meu e agora está disponível para empréstimos.

Um comentário:

  1. Sinceramente, não conhecia a história de Gulliver, já coloquei na minha listinha de próximos livros!

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