29 de julho de 2010

Os relógios

Para distrair, nada como uma leitura leve! Agatha Christie, a rainha do crime!
Nessa história, ocorre um crime estranho - um homem aparece morto na sala de uma mulher cega, descoberto por outra mulher que não era para estar ali - no meio de 4 relógios marcando 4:13 - mais ou menos uma hora adiantados em relação a hora certa da descoberta do cadáver. (Isso leva uma personagem a afirmar: ah, deve ser porque eles são de fora. Uma vez, eu e meu marido fomos visitar Itália e Suiça e lá também é uma hora para frente - adooooooooro o humor da Agatha Christie).
O incrível Hercule Poirot entra na história desafiado a desvendar o crime a distância, só exercitando suas células cinzentas, que de tão desocupadas, estão lendo clássicos literários do crime (e aí a autora mistura autores reais e fictícios como a sua personagem Ariadne).
Esse livro eu comprei no sebo aqui do lado de casa, que tem um nome que eu adoro (Diadorim).

26 de julho de 2010

A vida de Pi

Editora Rocco - Capa
Eu ainda lembro quando eu li a resenha desse livro em seu lançamento aqui no Brasil (em 2004), junto com a polêmica de ser um plágio do livro Max e os felinos de Moacyr Scliar, um autor brasileiro. O próprio Moacyr não considerou plágio, e restou só a discussão - detalhes que agora lembro por causa do google - eu mesma nunca li o livro brasileiro. Só fui ler esse agora porque foi um dos deixados para trás pela Fernanda antes de ir para a França - obrigada, fér!
A vida de Pi é sobre um indiano com o nome bizarro (Pi é apelido) de Piscine Martel, uma piscina pública da França, que seu tio, nadador, admirava. Ele nasceu hindu, mas ao longo da infância / adolescência se tornou ecumênico, segundo o próprio - plenamente hindu, cristão e muçulmano, o que é bizarro e interessante, mas ao longo do livro se perde.
Porque a trama principal mesmo é o fato de ele sofrer um naufrágio, junto com a família, quando eles estavam mudando para o Canadá. Na mudança, estão também animais do zoológico que o pai tinha, e foram vendidos para zoológicos da América do Norte. Do naufrágio, sobrevive num bote: o Pi, uma zebra, uma hiena, um orangotango e um tigre chamado Richard Parker. A hiena come a zebra, mata o orangotango. O tigre mata a hiena. E restam no bote somente o Pi e o Richard Parker - essa sobrevivência é a parte mais louca e interessante do livro. Um estudo humano realmente.
Mais do que a discussão inicial sobre religião e ecumenismo, a parte de zoologia e comportamento de animais em zoológicos foi o que mais me interessou. Não sei se tudo é acurado, mas algumas coisas sobre isso nem tinha me passado pela cabeça - por exemplo: o maior desafio do zoológico é diminuir a distância de "fuga" dos animais, porque cada um tem uma distância que considera segura para ficar perto do homem, que pode ser de 70, 100 metros. Imagina uma jaula desse tamanho! Ia sempre precisar de binóculo!
Agora, para aproveitar melhor o livro, precisa entender um pouco de embarcações, e o que é um bote salva vidas de navio - nada daqueles botinhos de plástico que a capa do livro tenta reproduzir. O autor descreve, mas talvez por falta de conhecimento prévio, eu não consegui visualizar mesmo do que se trata.
E sinceramente? Não quero nem ter oportunidade de descobrir!

21 de julho de 2010

Caim


Caim é o último livro publicado pelo José Saramago antes de sua morte, e vai na mesma linha de "O Evangelho segundo Jesus Cristo", um ataque a fé cristã. De maneira irônica, nos dois livros, ele reconta a história bíblica modificando um detalhe aqui e outro ali, mas principalmente alterando as intenções dos personagens, o que eles pensam. Então, o que se vê em "O Evangelho" é um Jesus perdido, nada divino, questionador de sua própria condição.
Em "Caim", ele parte da criação de Adão e Eva, passa pelo pecado original, a expulsão do paraíso e continua até o assassinato de Abel por seu irmão Caim. A partir daí, Caim se torna um viajante do tempo, visitando e interferindo em vários outros momentos importantes da narrativa bíblica do antigo testamento.
Um dos pontos mais fortes do livro é quando Deus decide destruir Sodoma e Gomorra, cidades que estavam cheias de imoralidade. Abraão pede que Deus poupe as cidades se houver pelo menos dez justos na cidade, e Deus concorda. Mas o único justo é Ló, e um anjo o tira de lá, com sua mulher e duas filhas, antes da destruição total. O questionamento do narrador, e de Caim, é simplesmente: E as crianças?

Assim, a partir da oferta de Caim que não é aceita por Deus (o que o motiva a assassinar seu irmão por ciúmes ou inveja), Saramago vai pontualmente questionando o que é a justiça desse Deus, que faz escolhas, se agrada e se entristece, protege e salva, destrói e recomeça.
A verdade é que a justiça de Deus certamente não é a justiça dos homens, ou o que a gente entende por justiça. É fácil criar um Deus totalmente incoerente, quando o desconectamos do perfil que nos é apresentado pela bíblia, e começamos a projetar nele o que queremos que Deus seja, o nosso Deus pessoal. Deus quer sim um relacionamento pessoal conosco, mas Ele é o que É, nós somos as criaturas. Ele é bom, Ele é justo, por sua própria definição, de quem criou esses conceitos.
Se Saramago não entendeu isso, é porque não é fácil e simples mesmo. Mas livros como Caim e Evangelho segundo Jesus Cristo, só evidenciam que ele nunca esteve satisfeito com a imagem de Deus que lhe foi apresentada, eos ataques de ateu são perguntas a nós cristãos - e o próprio Saramago fala sobre escrever para compreender aqui. Então, eu lembro do que Pedro falou:
"Estejam sempre prontos para responder a qualquer pessoa que pedir que expliquem a esperança que vocês tem. Porém façam isso com educação e respeito." (1a Carta de Pedro, cap.3, vers. 15)
Então não adianta ficar ofendido, bater o pé, fugir do livro, ter medo ou raiva. É possível sim dar a razão, o motivo, da nossa esperança e fé, de maneira amorosa e clara. Usar livros como esse para pensar do outro lado, sair da caixinha, e fortelecer-se nas suas convicções. Porque não basta amar a Deus de todo o seu coração, sua alma, sua força - tem que ser de todo o seu entendimento também!

17 de julho de 2010

O Dia do Curinga

O Dia do Curinga é um livro incrível do mesmo autor de "O Mundo de Sofia", Jostein Gaarder. O livro da Sofia foi o que ficou mais famoso, lançado primeiro, toda uma nova abordagem em filosofia, mas, convenhamos, não deixa de ser um livro "didático", escrito para ser utilizado na sala de aula. (Então, para aqueles que não conseguiram chegar até o final, a minha sugestão é: leia só a história da Sofia, pulando a parte teórica - em cartas ou preleções. Vale a pena ler para ver o fim).
Agora o Dia do Curinga é diferente porque é um romance, mesmo, a história do pai e o filho que viajam de carro da noruega para a grécia a procura da mãe. No meio da jornada, algumas coisas bem estranhas acontecem - um anão dá ao garoto uma lupa e, por causa dela, ele ganha um livrinho de um padeiro que conta uma história fantástica sobre uma ilha em que as cartas de um baralho ganham vida. Um dos pontos mais interessantes do livro é o calendário da ilha: são 13 meses de 28 dias, cada um correspondente a uma carta do baralho (Ás, 2, 3, etc). Para dar 365 dias, tem mais o dia do curinga. A cada 4 anos, um dia do curinga a mais!
A filosofia está ali, nas reflexões do Hans Thomas, na interação do garoto com essa história do livrinho. É a parte séria, não sendo teorizada, mas vivida.
Esse livro é um dos preferidos da minha irmã Larissa, a aniversariante do dia 18 de julho. Esta loira linda não é uma leitora compulsiva como eu, o que lhe dá um filtro melhor para livros bons (é dela "Os Espiões"). Madura em seu 1/4 de século, é ainda a criança, alegria da casa e de todos que a conhecem. O Dia do Curinga combina com ela, uma história incrível, com humor, lances inteligentes e surpreendentes.
Recomendo muito ler, para se divertir e não ter medo de livros grandes. Recomendo muito conhecer a minha irmã, para se divertir e saber o que é uma grande amiga.
Amo muito você, pequena! Parabéns!

14 de julho de 2010

Coleção Percy Jackson

Quem conhece Percy Jackson e os Olimpianos?
Meu amigo Lucas, de SJBV, apostou na promoção e comprou os quatro livros, me emprestou todos para eu devorá-los em 8 dias e ficar adicta.
Falta lançarem o quinto livro, para eu ler, e aí  farei o comentário completo aqui. Já fica a dica. E a explicação que eu parei com o blog nas últimas semanas, mas não com os livros...

11 de julho de 2010

The undomestic godness

Para um entretenimento rápido, nada melhor que um livro de garota, um romance com final de feliz e uma dose de humor...
A "deusa não doméstica" (tradução minha do nome do livro) é exatamente assim, o que vem a calhar na correria. Nessa história, uma jovem advogada de Londres, obcecada pelo trabalho e pela carreira, vê todos os seus sonhos de se tornar sócia do escritória irem por água abaixo por conta de um erro.
O que ela faz?
Pega um trem e, de repente, está no interior da Inglaterra, sendo confundida por uma candidata a empregada doméstica de um casal rico, para lavar, passar, cozinhar, sem, claro, nunca ter feito nenhuma dessas coisas enquanto se tornava uma advogada de sucesso.
Inverossímel? Pode ser, mas dois pontos importantes para as leitoras desse tipo de literatura (sim, sendo sincera, são garotas que vão ler esses livros):
1) São os contos de fadas modernos - tudo fica bem no final, com direito a príncipe e castelo. Se você não gosta, fique longe!
2) Procure os bem escritos, aqueles em que a autora amarra bem as pontas e o faz com humor, para você entrar na história de cabeça, sem olhar para trás! Recomendo a Sophie Kinsella e a Marian Keyes, ótimas!
Agradeço o livro a Ju, minha amiga advogada que já foi workaholic, mas está se recuperando.