Fim da viagem...

Voltamos de viagem. Entre tantas compras, essas foram a que mais pesaram, literalmente.

Livros!!!!

Praticamente uma dúzia (de 13). Em inglês e francês. Fiquei triste de não ler em alemão, porque lá tinha muito livro barato também. Aliás, a maioria dos livros que eu comprei, mal custou 5 euros... (mesmo os novos! alguns são de sebo.) Ah, se no Brasil fosse assim!!!

Aguardem comentários (do "Clarice," que primeiro eu li depois dei para a fér, e de 3 livros da agatha chritie que eu também já li - do volume único com 4 histórias da miss marple), assim que eu tiver tempo, hahahaha.

Olga

Esse livro é uma biografia de Olga Benario Prestes, que nasceu em Munique, cidade em que estamos agora.
Ela casou-se com Luís Carlos Prestes - para quem conhece história, o próprio da Coluna Prestes - movimento que percorreu o país todo fugindo dos militares.
Ela veio da Europa para ser guarda-costas de Prestes, e acabou se tornando sua mulher. Lutaram juntos, sonharam juntos, até serem presos e ela "deportada" para a Alemanha, a maior crueldade em época de hitler e holocausto, enquanto ainda estava grávida.
A filha, Anita Leocádia Prestes, nasceu na prisão e foi entregue a avó paterna. Olga morreu na câmara de gás.
O livro é ótimo, muito fácil de ler, e com um panorama incrível da história política brasileira do começo do século.
Não sei o quão parcial o autor é (Fernando Morais é notoriamente comunista), mas a história vale a pena.
Eu não assisti o filme, mas o livro é lindo, e o final dele, emocionante. Recomendo! O livro que eu li é da minha querida tia Carmen, essa edição da figura mesmo...

Acho que não dá para dissociar a Alemanha das guerras, do nazismo, então esses três últimos livros falam disso... Alguma sugestão de outras leituras alemãs para mim?
Munique é a nossa última parada, nesse final de semana, estaremos de volta ao Brasil!

A menina que roubava livros

Realmente para não falar que eu só escrevo sobre livros velhos, hehehe, aí está um bem novinho, de Markus Zusak, com 3 anos no máximo. Também é sobre a Alemanha, e também é sobre a guerra, numa abordagem totalmente diferente - é a própria morte que escreve o livro.

A garota do título, a que rouba livros, é adotada por uma família e a história é da relação dela com a nova família no meio da turbulência política da época.

É um livro bem inusitado e interessante, de capítulos curtos e leitura que flui. Do autor, eu tenho também "Eu sou o mensageiro", que é uma história muuuuuuuuito louca também. Disponíveis para empréstimos!

O Diário de Anne Frank

Chegamos em Berlim, a cidade mais emblemática da 2a Guerra Mundial, marcada até hoje por resquícios do muro, cicatriz na pele da cidade. O primeiro livro que eu li sobre guerra, assim como muita gente (acredito eu) foi o Diário de Anne Frank, no comecinho do ginásio (ou, para os modernos, no 6o ou 7o ano). É a história de uma menina judia, da mesma idade que eu na época, que escreve um diário que começa assim bem normal, até começar a perseguição aos judeus e ela ir parar num sótão, escondida com a família.

O que era bem banal e corriqueiro na época, conversar com amigas, a primeira paixonite, vira a situação tão surreal para nós (longe, no brasil, décadas depois), que é de estar preso e não estar, conflitos pelo "enclausulamento", racionamento de comida e medo.

O livro é um choque, assim como todos os outros livros que eu já li que falam da guerra, os campos de concentração, a perseguição, as mortes, ou mesmo os que "explicam" a lógica do nazismo.

Não conheço o suficiente de história para falar muito sobre o assunto, ideologias e guerras, mas ele diz respeito a todos nós, em todas épocas. E se você nunca leu esse livro, seja adolescente ou adulto, nunca é tarde...

Os Miseráveis

Agora, da França, mas sem mudar muito o século (XIX), Os miseráveis. Um Senhor Livro. Assim, com letras maiúsculas mesmo, porque o livro é incrível, a história é espetacular.

Assim, sem muitos conhecimentos de literatura, eu acho Victor Hugo e Charles Dickens muito parecidos, pelo estilo da história, com bastante descrição, personagens complexos, uma humanidade muito real. Especialmente esse livro, é uma aula de história, e até de geografia e urbanismo parisiense... Não me esqueço da parte que ele descreve com detalhes os esgotos de Paris...

Já faz 9 anos que eu li essse livro, e realmente é um dos livros que mais me impactou. Se você quiser saber a história, recomendo a Wikipedia, hehehe, afinal, esse blog realmente se trata das minhas impressões sobre os livros!

Só para mais uma curiosidade: em 2001, teve a montagem dos Miseráveis aqui no Brasil e é algo impressionante de ver, de arrepiar. O cenário da barricada na rua é incrível! É dessa montagem, as músicas "On my own" e "I dreamed a dream", cantadas pelo mundo a fora, sendo que a última fez muito sucesso ano passado na voz de Susan Boyle.

Por fim, essa edição da livraria cultura é linda - estou esperando ganhar de presente!

Um conto de duas cidades

Editora Penguin

Quem assiste Friends, talvez lembre do Joey, se preparando para a audição para uma peça de teatro, que se chamava "Um conto de duas cidades" e ele resolve cantar "New York, New York" e "Chicago".

Para entender a piada, é preciso conhecer esse livro aqui, do Charles Dickens, outro grande autor inglês, que retratou sua época maravilhosamente.

Seus livros me encantam, e embora sejam bem menos românticos que os da Jane Austen, em geral, são verdadeiros tratados sobre a vida, e os relacionamentos humanos.

As cidades aqui são Londres e Paris, e nós vamos de uma para outra hoje, de trem rápido, por baixo do Canal da Mancha (feito que o Dickens nem deve ter sonhado com...)

Esse livro é sobre a revolução francesa, e vidas que acabaram entrelaçadas nessa teia de crise política e ideologia. É um dos meus livros preferidos, uma delícia de ler. Um trecho para vocês verem (do original, que é o que eu tenho):

"It was the best of times, it was the worst of times, it was the age of wisdom, it was the age of foolishness, it was the epoch of belief, it was the epoch of incredutility it was the season of Light, it was the season of Darkness, it was the spring of hope, it was the winter of despair, we had everything before us, we had nothing before us, we were all going direct to Heaven, we were all going direct the other way - in short, the period was so far like the present period, that some of its noisiest authorities insisted on ots being received, for good or for evil, in the superlative degree of comparison only."

Não é ótimo ler alguma coisa assim tão bem elaborada, que é quase uma poesia em prosa?

De Charles Dickens, recomendo também David Copperfield, sobre um garoto órfão que se vira muito bem na vida, Contos de Natal (que já foi muitas vezes filmes infantis - em que os espíritos do Natal passado, presente e futuro aparecem para o Scrooge, sinônimo de mesquinhez), Tempos Difíceis, sobre trabalhadores de fábricas, e o lindíssimo Grandes Esperanças que tem aquele filme todo verde e uma história emocionante. Aliás, essa é uma especialidade do Charles Dickens que me fascina: ele começa uma história com vários personagens, aparentemente independentes, seguindo seu curso, e quando você vê, eles estão todos relacionados e afetando a vida uns dos outros... De uma maneira muito natural e plausível, sem forçar a barra ou a sua imaginação...

Está esperando o quê? Vai ler Dickens!

Top 10

Hoje é meu aniversário!!!

E dia das mães!!! Parabéns, Mamy, tia Nil, e outras mães em geral!

Para comemorar, passo o meu top 10 livros para vocês. Eclético como esse blog e construído e mutável ao longo dos anos...  Não vou numerar, porque embora tenha conseguido listá-los, definir uma ordem para livros tão diferentes seria uma tortura!!!

LITERATURA BRASILEIRA

Grande Sertão: Veredas - Guimarões Rosa
Poesia em geral - Manuel Bandeira
O tempo e o Vento - Érico Veríssimo

LITERATURA INTERNACIONAL

A história do Cerco de Lisboa - José Saramago (Portugal)
As Brumas de Avalon - Marion Zimmer Bradley (Inglaterra)
Harry Potter - todos - J.K. Rowling (Inglaterra)
Guerra e Paz - Leon Tolstoi (Rússia)
Orgulho e Preconceito - Jane Austen (Inglaterra)
Os Miseráveis - Victor Hugo (França)

Uma história de duas cidades - Charles Dickens (Inglaterra)

Críticas e sugestões são bem vindas! Qual é o seu top 10? Ou top 3?

Orgulho e Preconceito

Jane Austen escreveu 6 livros. E só. E é um fenômeno da literatura inglesa e mundial. Seu olhar crítico sob a sociedade inglesa de sua época (começo do século XIX) produziu histórias que transbordam humor, romance e sagacidade. Sou fã, já li todos os livros, tenho todos os livros, já vi os filmes lançados aqui no Brasil, várias vezes tudo, e talvez você também.Afinal, estamos falando dos sucessos Orgulho e Preconceito, Emma, Razão e Sensibilidade.

Eu sou apaixonada por essa época que as pessoas viviam de renda (realmente não sei da onde esse dinheiro vinha!), com as roupas enormes, e iam a bailes. As mulheres precisavam ser "prendadas" (ou "accomplisheds") sabendo várias línguas - francês, latim - dançavam, bordavam e desenhavam, enquanto esperavam maridos, por quem sempre se apaixonavam enormente porque eram cavalheiros, gentis e interessantes.

Ok, ok, ficção é ficção, mas como não ficar absurdamente feliz de ter encontrado meu Mr. Darcy de verdade, sem todo aquele rolo que a Liza teve que passar?

Eu adoooooooooro literatura inglesa. Vários dos meus livros favoritos vem de lá e finalmente conhecer a Inglaterra é um sonho realizado. Outra vantagem dessa literatura é a Editora Penguin que faz livros em papel jornal verdadeiramente baratos. Quinze anos atrás, quando eu conheci essa editora, meu pai me convenceu a comprar David Copperfield, porque era o maior livro entre as opções que custavam só 5 reais para valer bem a pena (demorei para ler e me apaixonei por Dickens).

Agora, esses livrinhos estão um pouco mais caros, mas continuam valendo a pena. Porque são clássicos, e lendo o original é mais fácil de entender o que o autor queria dizer (mesmo que, da primeira vez, você não entenda tudo que eles disserem!)

Viagem

Hoje, começamos nossa viagem de féris por esse continente aí, cidades escolhidas. Eu estarei andando, passeando e lendo muito, o que significa: sem passagens no blog. Mas, para ficar divertido, preparei algumas postagens previamente para vocês nos acompanharem através dos livros que eu já li e me lembram os lugares que eu ainda visitarei...