24 de março de 2010

Anna Karenina

Era uma vez, a muito tempo atrás, uma garota que viu um livro chamado Anna Karenina e achou o título muito bonito. Karenina, que nome diferente. Aí ela resolveu ler, claro. Era um livro enorme, com letras pequenas, mas o título!
Foi assim que eu comecei a ler e gostar de livros russos. Esses livros que os personagens tem vários nomes e vários apelidos e você fica perdida. Esses livros antigos que se passam num lugar longe que não existe mais daquela maneira. Esses livros que os personagens, pobres e ricos, urbanos e rurais, discutem filosofia e política na mesa do jantar.
Adorei.
Claro que aos 14 anos de idade, não são muito fáceis de ler, e eu acabei pulando umas partes (prometo que vou ler de novo inteiro!), mas Anna Karenina me fez me apaixonar por livros russos, e eu li quase todos da seção de literatura russa na biblioteca municipal de Valinhos.
Biblioteca que era o ponto de encontro com outra Ana, a Ana Paula, durante todo nosso colegial. Era sair de casa a pé, ir para a biblioteca, trocar os livros que já tínhamos lido por novos, sentar na praça e tomar sorvete. E conversar, conversar, conversar. Essa é uma das lembranças mais queridas da minha adolescência, que não faz tanto tempo assim, mas não volta mais...
Dez anos depois, a amizade permanece, assim como o apelido também: Ania, como as russas dos livros que a gente leu.

PS: Karenina é o feminino de Karenin, o marido de Anna - eu só descobri Kariênina depois e não gostei. Mas isso eu acho que só funciona na Rússia, que não ia ser nada bonito eu sendo chamada de Taciana Triga.

PPS: Anna Karenina é sobre uma mulher que entra em crise no casamento, apaixona-se por outro. Mas veja bem, quase toda literatura russa dessa época é uma discussão sobre a situação atual deles, a crise política, a sociedade, a revolução iminente e filosofia. Eles são cristãos ortodoxos geralmente, ou ateus, e muito críticos. Depois eu li Crime e Castigo, Dr. Jivago, A mãe, O Idiota, e outros, mas os que eu mais gostei foram Irmãos Karamazóv e, top dos tops, Guerra e Paz.

3 comentários:

  1. hehehe Oi Taci! Como eu te disse, essa tb é uma das melhores lembranças da minha adolescência. E eu lembro que, aos 14 anos, a gente achava engraçado que em cada livro do Tolstói cada personagem tinha 500 apelidos e a gente às vezes se confundia. Velhos tempos! Acho que vou ler Guerra e Paz de novo.
    Bjos!

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  2. Livro muito bom, e muito massa o blog!!!

    Ricardo
    http://espiritualidadeemissao.blogspot.com/

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  3. Hahahahaha.. são mil apelidos mesmo, né? E sem familiaridade nenhuma com a nossa língua.

    Tem que ler com um papel e uma caneta... aí vc vai anotando os nomes e os apelidos! hahahahaha...

    tb fiquei mega mal qdo eu soube que era Kariênina. Karenina é tão fofo...

    bj

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